Ausência mais notada na cerimônia em que José Serra despediu-se do governo de São Paulo na semana passada, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não será “escondido” na festa para lançamento da pré-candidatura do tucano à Presidência da República, em Brasília. O encontro nacional que reunirá o PSDB, o PPS e o DEM será no próximo sábado. Embora líderes dos três partidos ainda não tenham “batido o martelo” sobre o formato do evento, está decidido que FHC terá a palavra como presidente de honra do PSDB.
O tucanato avalia que, em encontros desse tipo, a regra geral é muito barulho, dispersão e pouca atenção aos oradores. Por isso, os organizadores estão empenhados em realizar uma cerimônia que não dure além de quatro horas. Esse modelo não comporta mais do que meia dúzia de oradores – todos orientados a fazer discursos curtos até que Serra tome o microfone para apresentar sua candidatura. A ideia é fazer com que a estrela da festa comece a discursar ao meio-dia. Só o pré-candidato terá tempo franqueado para falar sem pressa.
“O Serra ficou muito calado esse tempo todo”, diz o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). “Como ele tem falado pouco, os brasileiros querem ouvir muito mais sobre o que ele fez, o que faz e o que fará pelo Brasil.” O foco da cerimônia é criar um espaço político para que Serra possa apresentar suas ideias sem infringir a Lei Eleitoral, que não permite campanha até o lançamento oficial das candidaturas nas convenções partidárias de junho.