O coordenador geral da campanha de Marina Silva (PSB), Walter Feldman, disse nesta segunda-feira que a candidata vai superar a campanha de mentiras e ataques feita pelos adversários. “Vamos superar essa dose excessiva de ataques, que, espero, se torne veneno contra eles”, afirmou em discurso na Câmara Americana de Comércio (Amcham), reafirmando o mote adotado pela campanha de ter “esperança” para vencer o pleito de forma limpa. Feldman afirmou que Marina vai avançar ao segundo turno em condições de chegar à Presidência da República.
O coordenador também defendeu a figura de Neca Setúbal, que o acompanha no evento e que atua na coordenação de programa da campanha. Neca tem sido alvo de críticas do PT, classificada como “banqueira” que apoia Marina. “A Neca é filha de um extraordinário homem público”, disse Feldman, referindo-se a Olavo Setúbal, que dirigiu o banco Itaú e foi prefeito da capital paulista. Feldman disse ainda que Neca tem trabalho reconhecido nas áreas social e educacional e que os adversários têm consciência disso. Feldman repetiu que “mentiras têm pernas curtas” e que, graças à democracia, a verdade vai se sobrepor à campanha de difamação. “A verdade será resgatada, principalmente na consciência popular”, afirmou.
O coordenador disse que o programa de governo da equipe de Marina está alinhado com as demandas do setor privado, colocadas pela Amcham, entre elas ganho de produtividade, simplificação tributária, recuperação da política fiscal segundo parâmetros ortodoxos, com referência no tripé macroeconômico. Feldman afirmou, contudo, que essas metas só são possíveis a partir de uma nova forma de se fazer política, no que ele chamou de “democracia 2.0”. “Nada disso é possível se não encontrarmos o caminho da boa política”, disse Feldman ao defender um modelo de participação “transparente e universal”.
Mensagem semelhante foi colocada pelo coordenador de programa, Maurício Rands, que discursou na sequência. “Vamos ter sim governabilidade, mas não queremos reproduzir a governabilidade praticada pelas duas forças políticas que governaram o Brasil nas últimas décadas”, disse Rands, que afirmou ter faltado a coesão de um programa para dar base às alianças do atual governo. Segundo ele, o País hoje está maduro para um novo modelo, com maior eficiência para a política. Rands disse não ver mais sentido no modelo atual, que “empodera” cúpulas partidárias.
Na sua fala, Feldman também falou sobre gestão ambiental, que é um tema que preocupa o empresariado com relação à candidatura de Marina Silva. Segundo ele, Marina, quando ministra do Meio Ambiente, mostrou que é factível ter uma gestão ambiental com competência. “É possível o Brasil ser paradigma nesse aspecto para o mundo”, disse Feldman.