O Ministério da Fazenda e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) divulgaram nota na tarde de hoje informando que o Coaf não enviou relatório à Polícia Federal (PF) comunicando que a empresa Projeto, de propriedade do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, fez uma operação financeira suspeita.
A nota esclarece que o Coaf não afirmou que o negócio feito por empresa de Palocci é suspeito, conforme manchete de matéria publicada no jornal O Estado de S.Paulo de hoje. Fontes do Ministério da Fazenda em São Paulo revelaram ao jornal que o comunicado do Coaf à PF se enquadra no tipo de “movimentação atípica”, “operação suspeita”. Funciona da seguinte maneira: os bancos informam ao Coaf sobre transações financeiras fora do padrão. Em cima dessas informações, o órgão da Fazenda repassa à PF e ao Ministério Público relatórios quando uma empresa ou uma pessoa sob investigação aparece nos comunicados dos bancos.
No caso de Palocci, o nome da Projeto surge nas transações atípicas envolvendo uma empresa que está sob investigação pela Polícia Federal. No ano passado, a empresa do ministro adquiriu dois imóveis em São Paulo: um apartamento luxuoso de R$ 6,6 milhões e um escritório avaliado em R$ 882 mil. O Coaf não tem poder de investigação. Cabe à Polícia Federal apurar se há ou não irregularidades na transação financeira entre a empresa do ministro da Casa Civil e a que está sob investigação. Procurado ontem pela reportagem, Palocci informou, por meio de sua assessoria, que desconhece o episódio.
