A possibilidade de o PT apoiar a candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ao governo paulista em 2010 se transformou no estopim de uma crise interna no partido. Lançado como balão de ensaio, mas cada vez mais visto como uma alternativa real, o “fator Ciro” já provoca gritaria no PT paulista. Incomodada com o fato de as articulações correrem soltas em Brasília, a direção partidária no Estado foi a primeira a reagir. Convocou para segunda-feira uma reunião de emergência da Executiva Estadual para tratar do tema e, assim, tomar parte nas discussões.

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Enquanto isso, setores contrários ao acordo já resgatam uma resolução datada de abril, que prega a candidatura própria. Sob risco de perder espaço na disputa, o time de Emidio de Souza, prefeito de Osasco e pré-candidato, engrossou o coro com o discurso de que não tem cabimento o PT abrir mão da vaga para apoiar um político que fez carreira no Ceará. As queixas não impediram líderes do PT de se manifestar a favor da negociação. Ontem, foi a vez do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Em seu blog, ele afirmou que o momento é de buscar “alianças e alternativas”, seja com uma candidatura conjunta com o bloco PSB-PDT-PC do B ou com múltiplas candidaturas das siglas de oposição ao governador José Serra (PSDB). “Não devemos descartar nada. Nem a candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), nem a do Dr. Hélio.”

O presidente do PT em São Paulo, Edinho Silva, amenizava ontem: “Há uma resolução pela candidatura própria. Mas, se outros líderes do partido têm posição diferente, estamos abertos à discussão. O importante é que isso ocorra nas instâncias partidárias”. Na direção nacional, o presidente Ricardo Berzoini (SP) elogiou Ciro. Mas negou que haja uma discussão formal sobre o tema no PT.

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