O promotor de Justiça Fuad Faraj, de Ponta Grossa, registrou na última quinta-feira sua candidatura à eleição destinada a escolher o próximo procurador-geral de Justiça. Faraj entrou para o rol dos desafetos do governador Roberto Requião (PMDB), por conta de várias ações do Ministério Público contra a falta de medicamentos na rede pública estadual e também por elaborar um relatório de mortes no Pronto- Socorro no município.
Segundo Faraj, a falta de atendimento na emergência do Pronto-Socorro (PS) de Ponta Grossa foi responsável por 432 mortes, de agosto de 2003 a setembro de 2007. Desse total, 234 pessoas morreram pela falta de um leito na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os pacientes esperaram, em média, 52 horas no PS, entre a solicitação de uma vaga no sistema de urgência e emergência e a morte. Administrado pela Prefeitura de Ponta Grossa, o PS recebe a maior parte das internações de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) da região dos Campos Gerais.
?Há casos de pessoas que ficaram quase 13 dias aguardando por leito de UTI. Isto é, além de negar atendimento hospitalar, espezinhar direitos humanos fundamentais de pessoas pobres, que não têm condições de pagar e dependem exclusivamente do SUS?, disse o promotor.