Um boné deixado junto a uma falsa bomba, uma quadra do Palácio Piratini, na sexta-feira passada, continha ameaças indiretas ao governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT). Na aba interna da peça estavam escritos o nome de duas ruas, uma próxima da residência do governador e uma do endereço de um familiar dele, e dizeres como “pense bem” e “acabou a brincadeira”. As informações foram confirmadas hoje por fontes ligadas ao governo e à investigação de protestos anônimos que bloquearam rodovias com fogueiras desde o início de agosto no Estado.

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Os protestos começaram nos primeiros dias de agosto e já se repetiram por mais de 70 vezes em diversas regiões do Estado. Inicialmente, os manifestantes queimaram pneus sobre rodovias e deixaram faixas reivindicando reajuste salarial para policiais militares. No dia 15 de setembro um boneco com uma falsa bomba foi deixado a duas quadras do Piratini. Na sexta-feira passada, o material colocado sob o boné em posição ainda mais próxima da sede de governo gaúcho continha componentes de explosivos, que não estavam montados para detonação.

A associação que representa cabos e soldados assumiu alguns dos primeiros protestos, mas depois de iniciar negociações salariais com o governo passou a condenar as manifestações, que, no entanto, prosseguiram. Tanto o Piratini quando a Brigada Militar tratam as manifestações como crimes de formação de quadrilha, depredação de patrimônio público e danos ambientais. A corregedoria da Brigada Militar instaurou 26 inquéritos policiais militares para apurar os autores dos delitos e as intenções que tinham.

“São atos criminosos, que colocaram em risco a população e que exigem providências como a responsabilização de seus autores”, diz o corregedor-geral da Brigada Militar, coronel João Gilberto Fritz, sem, no entanto, revelar as pistas já descobertas.

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