O presidente nacional do PT, Rui Falcão, considerou nesta quarta-feira que o fato de a economia do País poder chegar em 2014 desaquecida não será garantia de vitória dos candidatos de oposição. Um cenário de desaceleração na área econômica, o fantasma da inflação e os entraves enfrentados em alguns setores estratégicos já vem sendo utilizado como munição dos possíveis adversários de Dilma como o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e a ex-senadora Marina Silva.
“Vai ser difícil achar números muito negativos. Ainda que a economia estivesse mal, não é garantia de vitória dos adversários”, disse Rui Falcão à Agência Estado. “Além do mais, quem entrar nesse viés será para torcer para o País não dar certo, o que é uma estratégia ruim”, acrescentou. O petista minimizou também a possibilidade de os opositores lançarem o maior número de candidatos numa tentativa de pulverizar os votos de Dilma e levar a disputa ao segundo turno.
“Se vai ter um, dois, três candidatos, não é nossa preocupação. Você não escolhe os adversários. Além disso, o governo está bem avaliado o que não quer dizer que vamos ficar de salto alto”, disse.
Pernambuco
De olho no tabuleiro eleitoral, uma das medidas que deverá ser posta em prática no médio prazo pela cúpula da legenda é a reconstrução do PT em Pernambuco, Estado comandado por Eduardo Campos. Nas últimas eleições municipais, o PT foi derrotado em Recife, capital que comandou por 12 anos, após um racha. A briga interna possibilitou a vitória do candidato de Campos, Geraldo Júlio.”Vamos começar um processo para unificar o partido e garantir um palanque forte à Dilma”, afirmou.
Em São Paulo ele pretende procurar os dirigentes do PTB e PRB para ampliar o leque de partidos a favor da candidatura da petista. No Rio de Janeiro, a contragosto do PMDB, o senador Lindbergh Farias (PT) tem o sinal verde, até o momento, para fazer campanha ao governo do Estado.
Novos partidos
Em relação às propostas de interesse do partido no Congresso, Rui Falcão voltou a defender a votação da proposta que cria barreira para o surgimento de novos partido. O projeto começou a ser discutido no Senado, mas teve a votação suspensa após liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Ainda não há previsão de a ação ser julgada no plenário do Supremo.
“Acho que não era papel do STF. Não deve interferir em um projeto ainda em tramitação no Congresso. Mas acredito que o plenário será contra a ação”, avaliou.