Relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin homologou no final da manhã desta quinta-feira (18) a delação dos donos do frigorífico JBS, Joesley e Wesley Batista. Fachin também negou, nesta quinta-feira (18), o pedido de prisão do senador Aécio Neves (PSDB-MG), solicitado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Desta forma, o mérito não será analisado pelo plenário do tribunal, a não ser que o autor do pedido, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, recorra da decisão.
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Mais cedo, Fachin já tinha se pronunciado sobre as novas denúncias da Lava Jato, envolvendo Aécio, e determinou seu afastamento do mandato de senador, suspendendo também o mandato do deputado federal paranaense Rodrigo Rocha Loures (PMDB).
Além de afastar os políticos de seus cargos, o STF pediu a prisão da jornalista Andrea Neves, irmã de Aécio. Ela foi detida em caráter preventivo, quando não há prazo para soltura.
Expectativa
Após a homologação, a expectativa agora é saber quando Fachin irá levantar o sigilo da delação. Aécio aparece em uma gravação pedindo R$ 2 milhões ao executivo da JBS Joesley Batista. No áudio, entregue à PGR, o senador diz que o dinheiro seria usado para pagar despesas com sua defesa na operação Lava Jato.
E o deputado paranaense?
Além de Aécio, outro parlamentar com pedido de prisão da PGR é o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). O caso dele deve ser julgado pelo plenário nesta quinta-feira. Ele foi filmado pela Polícia Federal (PF) recebendo o que seria uma propina de R$ 500 mil da empresa JBS. Até quarta-feira (17), Rocha Loures estava em Nova York, onde daria uma palestra sobre a política brasileira e as perspectivas para a agenda de reformas do governo Temer a um grupo de investidores internacionais.