A Executiva Nacional do PSL convocou uma reunião nesta terça-feira, 22, para instituir o Conselho de Ética do partido e para a abertura de processos para possível suspensão de 19 deputados. Esses parlamentares, todos da ala ligada ao presidente da República, Jair Bolsonaro, foram notificados nesta segunda-feira, 21. O partido chegou a enviar uma notificação para o atual líder da legenda, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, mas o gabinete do parlamentar não recebeu a documentação.

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Segundo o deputado Júnior Bozzella (PSL-SP), um dos principais porta-vozes do presidente da sigla, Luciano Bivar (PE), depois que os processos disciplinares forem abertos, os deputados envolvidos terão cinco dias para recorrer e fazer a defesa do mérito de seus casos. A alegação do partido é que esses parlamentares atacaram o PSL e correligionários em redes sociais e discursos.

Segundo a reportagem apurou, punições mais graves, como expulsões, devem ser tratados em um segundo momento, assim como o comando dos diretórios estaduais de São Paulo e do Rio de Janeiro, nas mãos do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), respectivamente.

Há um entendimento por parte da ala “bivarista” de que os nomes dos parlamentares suspensos não poderão contar nas listas que pedem trocas nas liderança do PSL na Câmara, com isso, eles teriam a maioria para retomar a nomeação do Delegado Waldir (PSL-GO). Mas a questão é aberta a interpretações.

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Um dos deputados da ala bolsonarista que foi notificado nessa segunda-feira foi Bibo Nunes (PSL-RS) que tem um longo histórico de desentendimento com Bivar. Ele acredita que será “julgado” amanhã e reclama que não foi avisado do processo com mais de 24 horas de antecedência.

A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) e o deputado Filipe Barros (PSL-PR) também foram notificados ao longo dia.

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Na semana passada, em uma investida contra esse grupo de deputados bolsonaristas, a cúpula do PSL decidiu aumentar o número de integrantes do partido com direito a voto nas decisões da sigla e suspender cinco deputados federais das atividades partidárias. A intenção era reduzir as chances do deputado Eduardo Bolsonaro (SP) se tornar líder da legenda na Câmara.

O partido aumentou de 101 para 153 o número de filiados com direito a voto em reuniões nacionais – os chamados convencionais. Dos novos convencionais, 34 têm mandato parlamentar. A maioria do grupo é alinhada com o presidente nacional da legenda, Luciano Bivar. A mudança amplia o poder de Bivar, que trava uma disputa interna com o presidente Jair Bolsonaro sobre os rumos da sigla.