A Executiva do PT no Rio Grande do Sul informou que não aceitará alianças para as eleições deste ano com partidos que apoiam o processo de impeachment instaurado contra a presidente Dilma Rousseff. A orientação consta em comunicado publicado nesta segunda-feira, 2, na página do PT-RS na internet.
A decisão foi tomada em reunião da Executiva Estadual e terá de ser referendada pelo diretório gaúcho do partido. “A política que deve nortear as composições nas eleições municipais tem que estar em consonância com o enfrentamento e denúncia do golpe, bandeira de todos os lutadores sociais e defensores da democracia”, diz o texto.
De acordo com a nota, direcionada aos diretórios municipais, as alianças no pleito deste ano deverão ser constituídas “sobre bases programáticas”, abrangendo partidos que compõem a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, “além de setores e personalidade que se posicionaram em defesa da democracia e contra o impeachment”.
Nas eleições de 2012, por exemplo, o candidato do PT a prefeito de Porto Alegre foi Adão Villaverde, hoje deputado estadual. A coligação “Frente Popular – Governo de Verdade” era formada também por PV, PR, PPL, PRTB, PT do B e PTC. Desses partidos, o PV se posicionou massivamente a favor do impeachment na votação ocorrida no dia 17 abril deste ano, na Câmara dos Deputados. Já o PR ficou dividido.
A nota do PT-RS avalia que a admissão do processo de impeachment pela Câmara dos Deputados representa “um golpe contra a Constituição”. De acordo com o comunicado, o resultado viola a legalidade democrática e abre caminho para o surgimento de um governo ilegítimo. “A Executiva Estadual, ad referendum do Diretório Estadual que ocorrerá em 21 de maio próximo, resolve e orienta aos diretórios municipais que alianças com aqueles que apoiaram o golpe não serão homologadas por esta direção”, diz o texto.