O ex-secretário de Comunicação de Minas Gerais e atual responsável pela produção do programa nacional do PSDB, Eduardo Guedes, negou hoje, por meio de seus advogados, que tenha ordenado que a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) repassasse recursos à agência de publicidade SMPB.

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Guedes é um dos réus no processo sobre o esquema conhecido como mensalão mineiro que, segundo a Procuradoria da República e o Ministério Público Estadual, foi usado para desviar dinheiro de estatais mineiras. Pela denúncia, os recursos que seriam destinados a patrocínios de eventos esportivos financiaram a campanha à reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB).

Ontem, o ex-presidente da Copasa, Ruy Lage, afirmou que recebeu ordem de Guedes para repassar R$ 1,5 milhão à agência do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, que também é réu na ação. “Eu sabia que aquilo (repasse) era ilegal, porque a ASA (agência de propaganda) era licitada para fazer a propaganda da Copasa. Me neguei a entregar o dinheiro e pedi uma ordem por escrito. Recebi essa ordem do secretário de Comunicação e autorizei o repasse”, declarou o ex-presidente da estatal, arrolado como testemunha pelo Ministério Público.

Em e-mail encaminhado à reportagem, os advogados de Guedes, Roberto Henrique Couto Corrieri e Leandro Bemfica Rodrigues, afirmam que ele não tinha “poderes para ordenar” o repasse e deu apenas orientações a diretores de empresas mineiras. Segundo os advogados, o então secretário de Comunicação, “atendendo à política de publicidade do Estado, ditada pelo governo, recomendou a algumas estatais – e não só à Copasa – que adquirissem cotas de patrocínio” do evento esportivo, do qual a SMPB tinha “direitos exclusivos”.

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