O ex-secretário de urbanismo, administração e finanças da Prefeitura de Curitiba durante a administração Cassio Taniguchi, Carlos Alberto Carvalho, acusado de pagar mensalão para diretores da Infraero, diz que as acusações não passam de ?sandice?. A denúncia é da revista IstoÉ desta semana, que aponta que irregularidades dentro da estatal teriam começado através de pagamentos de mesadas para diretores em troca de contratos publicitários para os aeroportos brasileiros, inicialmente no Afonso Pena, pela empresa de Carvalho.
A revista conta que a empresária Sílvia Pfeiffer, que se diz sócia de Carvalho na Aeromídia, empresa que trabalha com veiculação de publicidade nos aeroportos, teria entregado uma vasta documentação à Polícia Federal comprovando o esquema. Pfeiffer disse à revista que tinha dificuldade para obter alvarás de funcionamento para veicular seus anúncios, quando foi procurada pelo então secretário, que propôs se tornar seu sócio para liberar os alvarás, e que ainda teria ?sumido? com multas da empresa.
?Sílvia nunca foi sócia da Aeromídia, e sim a filha dela, Elen Pfeiffer, que aliás, está afastada da empresa judicialmente?, revela Carvalho. Ele conta que entrou como sócio na Aeromídia em 2001 e que promoveu a quitação de multas de dívidas tributárias contra a empresa na Prefeitura, o que explicaria a história do ?sumiço? das mesmas. ?A Prefeitura de Curitiba não emite nenhum tipo de alvará para o aeroporto Afonso Pena, que é de jurisdição federal. Se fosse para alguma prefeitura ter poder por lá, seria a de São José dos Pinhais.?
Na reportagem, Sílvia acusa ainda a Aeromídia de ter se tornado sede de reuniões da campanha de reeleição de Cassio Taniguchi, alegando possuir planilhas que demonstram uma arrecadação de R$ 20 milhões, através da empresa, para o caixa 2 da campanha. ?Ela já havia feito esta acusação, que é uma compilação de outra surgida após a reeleição de Cássio e que já foi investigada e desmentida. Eu não fiz parte da administração da campanha de Cássio. Além disso, só entrei na Aeromídia em 2001. Se a eleição foi em 2000, como faria caixa 2??, questiona.
Ex-prefeito rebate as acusações
Em nota, o ex-prefeito Cassio Taniguchi rebateu todas as acusações, afirmando que Carvalho nunca exerceu qualquer função nas suas campanhas eleitorais. Diz ainda que a Aeromídia nunca prestou quaisquer serviços para Curitiba ou para o político; que a questão da existência do caixa 2 na campanha de 2000 foi julgada pelo Tribunal Superior Eleitoral, onde ficou comprovada a não existência do mesmo; e que também irá acionar juridicamente a revista e a empresária.
A Infraero divulgou uma nota afirmando que a estatal é amplamente fiscalizada em todas as suas atividades por pelo menos dez instâncias. A reportagem de O Estado tentou entrar em contato com a empresário Sílvia Pfeiffer, mas não conseguiu.
Paulo Bernardo não comenta
Joyce Carvalho
Em Curitiba ontem, onde veio apresentar mais detalhadamente o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para empresários e lideranças paranaenses, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, não quis emitir comentários sobre a denúncia publicada pela revista IstoÉ. O esquema teria começado no Paraná. ?Só vi a notícia pelos jornais. Não li a revista. Não acho prudente comentar sobre algo que não tenho informações?, disse Bernardo.