A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo da Câmara Municipal ouviu, na manhã de hoje (19), o ex-presidente da Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), Marcos Isfer, sobre os indícios de irregularidades no edital e no processo de licitação do serviço que ocorreram durante a sua gestão.
Desde o início dos trabalhos, ele foi questionado inúmeras vezes sobre as 40 irregularidades apontadas pelo relatório da comissão de auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR).
Também por diversas vezes, ele se recusou a comentar qualquer ponto do relatório, enquanto não passar pelo Pleno do TCE-PR. “O relatório não tem uma forma legal para ser contraditada. Não é o relatório do TCE e, sim, de uma comissão e precisa passar pelo Pleno para que a atual e a antiga gestão da Urbs venham a responder”, rebateu.
Para o presidente da CPI, o vereador Jorge Bernardi (PDT), o relatório da comissão do TCE-PR confirmou tudo que a comissão na CMC apurou. O depoimento de Isfer teria como validade esclarecer aos vereadores quem esteve à frente das decisões sobre a licitação.
“A licitação foi uma farsa. Ela foi dirigida e beneficiou as empresas que já operavam. O que falta é saber se a ordem partiu do presidente da Urbs (Isfer) na época, da comissão da licitação ou do próprio prefeito (Beto Richa)”, afirmou Bernardi.
Sobre o encarecimento do transporte coletivo com inovações como a compra dos ônibus híbridos, Isfer defendeu que era o custo da inovação e da necessidade de melhoria contínua que caracterizou o sistema de Curitiba.
Código-fonte
Isfer defendeu que o sistema de bilhetagem eletrônica se deu por contrato de gestão com o Instituto Curitiba Informática (ICI) e que vários aditivos foram feitos, inclusive, para garantir que o código-fonte do sistema pertencesse a Urbs.
“Em todos os momentos nós temos o entendimento de que o código-fonte é da Urbs. O aditivo se deu via ICI, não poderíamos ter qualquer vínculo que não seja o ICI”, apontou.
Os trabalhos da CPI terão sequência na tarde de hoje. Amanhã (20) será a vez do ex-diretor de transportes da Urbs, Fernando Ghignone, ser ouvido pela comissão. Segundo Bernardi, a CPI deve pedir mais 30 dias para a conclusão dos trabalhos.
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