Ex-prefeito de Bauru é preso acusado de cobrar propina

O ex-prefeito de Bauru, Antonio Izzo Filho, foi preso hoje de manhã em sua fazenda, no município de Avaí, a 325 km de São Paulo, sob a acusação de participar de um esquema de cobrança de propina de uma empresa de transporte coletivo. Ele foi levado pelos policiais à Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Bauru e, em seguida, transferido para a Cadeia Pública de Duartina.

De acordo com a Polícia Civil, o mandado de prisão foi expedido em função de um processo iniciado em 1999. Na ação, Izzo Filho, que integrava o PDT, é acusado de extorquir a Empresa Circular Cidade de Bauru (ECCB), entre janeiro de 1997 e agosto de 1998 – ano em que foi afastado da prefeitura em razão de outro processo.

O Ministério Público apontou que as empresárias Carmem Quággio Bresolim e Nerle Quággio Bresolim eram obrigadas a pagar propina mensal, sob a ameaça de não serem liberados os valores obtidos com a venda de passes. Eram ameaçadas ainda com a perda da permissão para o transporte coletivo. De acordo com o MP, o esquema teria obtido indevidamente cerca de R$ 2,3 milhões. A empresa de transporte coletivo acabou falindo.

Acusado de receber vantagem indevida no exercício da função, o ex-prefeito foi condenado a cinco anos e 13 dias de prisão pelo juiz Jaime Ferreira Menino, mas recorreu da sentença, dada em 2007. Ele vinha se mantendo em liberdade graças a um habeas-corpus, mas a medida foi cassada em dezembro do ano passado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O advogado de defesa do ex-prefeito, Ailton José Gimenez, informou que vai entrar com pedido para que ele tenha o direito de aguardar o julgamento do recurso em liberdade. Não é a primeira vez que Izzo Filho vai para a cadeia. Condenado a seis anos em regime fechado sob a acusação de exigir contrapartida para pagar os débitos da prefeitura em sua primeira gestão, em 1991, ele passou quatro anos na prisão. Também ficou preso alguns meses em decorrência da condenação por desvio de finalidade nos recursos de um projeto habitacional.

Político controvertido, teve o segundo mandato cassado pelos vereadores em 1998, acusado de fazer vista grossa a um esquema de corrupção em sua administração. O ex-prefeito também foi acusado de planejar atentados contra vereadores adversários, um promotor de Justiça e até um juiz de direito, mas sempre negou as acusações.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna