O ex-prefeito de Doutor Camargo, que ocupou o cargo entre 1997 e 2000, Valter Gonçalves Bessani, foi condenado a quatro anos de detenção, mais três anos e cinco meses de reclusão e 48 dias-multa por crime de responsabilidade, fraude em licitação e falsidade ideológica. Ele e outros réus foram condenados pelo juiz da 2.ª Vara Criminal de Maringá, Devanir Manchini, em ação criminal proposta pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público da comarca, assinada pelos promotores de Justiça José Aparecido da Cruz e José Lafaieti Barbosa Tourinho. O ex-prefeito deverá cumprir a pena inicialmente em regime semi-aberto, na Colônia Penal Agrícola do Estado.
Segundo a ação, em 1997, foi elaborado pela Prefeitura um projeto com o objetivo de eliminar a evasão escolar no município, o Projeto "Futuro Cidadão". Para isso, a equipe de elaboração estabeleceu uma previsão de gastos na ordem de R$ 18,4 mil, sendo R$ 6.762,50 para aquisição de gêneros alimentícios e R$ 11.637,50 para compra de materiais esportivos. O projeto obteve verba federal, que estava disponível na Secretaria de Estado da Criança e Assuntos da Família, por meio de um termo de cooperação entre o município e a Secretaria. O Ministério Público apurou que o projeto não foi concretizado. No entanto, procedimentos licitatórios fraudados teriam sido feitos, favorecendo determinadas empresas, que forneciam notas fiscais, mas não cumpriam o estabelecido na licitação.
Além de Valter Gonçalves Bessani, foram condenados Valdevino Bessani, irmão do ex-prefeito e então tesoureiro e membro da Comissão Permanente de Licitação do município, por crime de responsabilidade e fraude em licitação; Luiz Gobi, membro da Comissão, por fraude em licitação; João Sanches Stabelini, membro da Comissão, por fraude em licitação; Cláudio Cordioli, proprietário da empresa Cordioli & Araújo Ltda, que teria vencido uma licitação fraudada e Júlio Maria Figueiredo, contador da Prefeitura, por falsidade ideológica.