A ex-esposa de Francisco Wanderley Luiz, 59, autor das explosões em Brasília em 13 de novembro, morreu após atear fogo em si mesma e na casa onde os dois moraram em Rio do Sul (SC).
Daiane Dias, 41, morreu 16 dias após o incidente. Ela teve queimaduras de 1º, 2º e 3º graus, segundo o Corpo de Bombeiros, e estava internada em Lages (SC). Informação da morte foi confirmada pela direção do Hospital Geral Tereza Ramos.
A Polícia Civil de Santa Catarina concluiu que o incêndio foi causado propositalmente. O caso aconteceu no dia 17 de novembro, quatro dias após seu antigo companheiro e dono da casa provocar explosões em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal). O homem acabou morrendo no ato.
Daiane incendiou o lar e permaneceu dentro, sendo retirada apenas com a chegada de vizinhos. Ela teve queimaduras em todo o corpo.
“Ela agiu totalmente sozinha e ateou fogo na residência e permaneceu lá dentro no intuito, ao que tudo indica, de tirar sua própria vida, o que só não ocorreu porque vizinhos tiraram ela lá de dentro”, disse Juliano Bridi, delegado.
Polícia confirmou intenção de incêndio após confirmar que a mulher comprou matéria inflamável. Durante a investigação, a Polícia Civil apurou que Daiane foi até um estabelecimento comercial da cidade para comprar o produto e, na sequência, foi até a casa e ateou fogo.
Sobre o atentado
Francisco Wanderley Luiz, o Tiu França, 59, tentou invadir a sede do STF. Ele portava explosivos e, impedido de entrar, atirou alguns dos artefatos contra a fachada do prédio. Em seguida, deitou-se na Praça dos Três Poderes e morreu em função de mais uma explosão, segundo laudo da perícia da PF (Polícia Federal).
O autor do atentado foi candidato a vereador em Santa Catarina. Luiz recebeu 98 votos e não se elegeu em Rio do Sul (SC), em 2020. Quatro meses antes do ataque, ele se mudou para Brasília. A família diz que não sabia dos seus planos, mas a ex-mulher disse à PF que ele desejava a morte do ministro Alexandre de Moraes.
Tiu França morreu por “traumatismo cranioencefálico provocado por explosão”, diz laudo. De acordo com o documento, as lesões no cadáver indicam que Luiz segurava o artefato explosivo “junto à própria cabeça” no momento da explosão. Há, por exemplo, “múltiplas fraturas” na mão direita.
“A vítima não considerava a própria morte como um ato isolado, mas sim dentro de um contexto e conectada a uma série de eventos futuros. Mais precisamente, desencadeando essa série de eventos. Ou seja, provavelmente a vítima se enxergava como o pequeno homem na ilustração, cujo papel seria servir como gatilho e, através da própria morte, deflagrar uma reação em cadeia que levaria a um todo maior”, diz trecho do laudo da PF.
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