Ex-governanta da residência do ministro do Turismo, Pedro Novais, a goiana Doralice Bento Sousa trabalha, desde maio, como recepcionista da Pasta. Contratada pela empresa Visão Administração e Construção, que tem um contrato de R$ 1,5 milhão anuais para fornecer mão de obra terceirizada ao Ministério, ela dá expediente em anexo do Ministério, que funciona em três andares do shopping ID, no Setor Comercial Norte de Brasília.

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Segundo denúncia publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, Dora, como é chamada, foi governanta do então deputado Pedro Novais de 2003 a 2010, mas seu salário era bancado pelos cofres públicos. No período, conforme a denúncia, ela não dava expediente no gabinete ou no escritório político de Novais. Em vez disso, fazia tarefas domésticas, como cozinhar, organizar a casa e chefiar a faxina das diaristas. O ministro e a ex-empregada negam.

Em janeiro, quando Novais licenciou-se do mandato para assumir o Ministério, Dora foi demitida. Em nota divulgada pela assessoria, o ministro afirmou que Dora era lotada no seu gabinete do deputado até dezembro de 2010 como secretária parlamentar, mas negou o desvio de função. Seu trabalho era dar “apoio administrativo ao deputado e aos outros funcionários”, afirmou. Desde maio, acrescenta a nota, ela “é funcionária de empresa terceirizada que presta serviços ao Ministério do Turismo”.

Contrato

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Desempregada e em dificuldades, Dora, ainda segundo a assessoria, distribuiu o currículo em várias empresas terceirizadas e foi contratada pela Visão quando surgiu a oportunidade. O dono da empresa, José Raimundo Oliveira Silva, negou ter sofrido pressão para contratá-la. “Não houve interferência direta ou indireta do ministro”, afirmou.

Especializada em selecionar mão de obra terceirizada, a Visão tem contrato com o Turismo desde 2009, quando Novais não era ministro, segundo explicou. Pelo contrato, obtido em licitação por pregão presencial, a empresa fornece mais de 40 empregados ao Ministério, entre recepcionistas, copeiros, garçons e contínuos.

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A ficha funcional de Doralice, à qual a reportagem teve acesso, mostra que ela cumpre jornada de seis horas corridas – das 7h30 às 13h30 – por um salário de R$ 956 mensais, mais Ticket refeição e vale transporte. O encarregado geral da empresa, Jean Pierre Vieira Mendes, assegura que ela é funcionária exemplar e até agora não faltou um dia ao serviço. Hoje, porém, ela pediu dispensa alegando ter ficado abalada com a denúncia. Ela negou que tenha recebido dinheiro público para trabalhar como doméstica do deputado.