No exterior

Ex-executivo da Petrobras diz que usou propina para passeios no exterior

O ex-funcionário de carreira da Petrobras Ulisses Sobral confessou à Operação Lava Jato que usou dinheiro de propina para viajar com a mulher “para Inglaterra, USA e México” e também para abrir 7 franquias de redes de colchões e chocolates. O depoimento foi prestado em 24 de setembro. Neste dia, Ulisses informou ter renunciado a US$ 3 milhões bloqueados por autoridades suíças de sua conta.

Ulisses, outros dois funcionários da Petrobras – Aluísio Teles Ferreira Filho e Rodrigo Zambrotti Pinaud -, e ainda mais seis investigados foram denunciados em junho pelo Ministério Público Federal.

Todos são acusados por associação criminosa, corrupção, lavagem de dinheiro no interesse de um contrato para prestação de serviços no valor de R$ 825 milhões celebrado entre a Construtora Norberto Odebrecht e a Petrobras.

Segundo a Lava Jato, o contrato celebrado previa a prestação de serviços de reabilitação, construção e montagem, diagnóstico e remediação ambiental, elaboração de estudo, diagnóstico e levantamentos nas áreas de segurança, meio ambiente e saúde (SMS) em nove países além do Brasil.

Os investigadores apontam que, para garantir que a empresa fosse favorecida na disputa, executivos pagaram propina aos ex-funcionários da estatal e a operadores vinculados ao PMDB no valor de aproximadamente US$ 55 milhões, atualmente cerca R$ 200 milhões.

Tais pagamentos ocorreram entre os anos de 2010 e 2012.

Ulisses relatou que até dezembro de 2009 trabalhou como funcionário da Transpetro, subsidiária da Petrobras. Naquele ano, relatou, recebeu convite de Aluisio Telles para trabalhar na área internacional da estatal petrolífera, “por empréstimo, visando a elaboração de memorial descritivo e documentação técnica para a contratação dos serviços relativos ao PAC-SMS”.

“No final de janeiro de 2010, Aluisio Teles propôs ao declarante a participação no recebimento da propina a fim de favorecer a licitação a empresa Odebrecht; o declarante informa que Aluisio lhe disse que, com sua colaboração, receberia 0,4% do valor do contrato”, contou. “O declarante repassava as informações e esclarecia as dúvidas técnicas no escritório da Odebrecht no Centro Empresarial do Mourisco, em Botafogo, Rio de Janeiro, onde ficava a equipe de orçamento da Odebrecht. O declarante esteve neste endereço por aproximadamente quatro vezes, entre janeiro e fevereiro de 2010.”

Ulisses declarou que após o início da prestação de serviços pela Odebrecht, Aluísio lhe disse para procurar o operador Bernardo Freiburghaus para viabilizar “o recebimento da propina ajustada entre eles no exterior”.

O ex-funcionário da Petrobras relatou que “recebeu valores em sua conta no exterior entre os anos de 2011 e 2012”. “Bernardo também disponibilizou ao declarante cartão de débito na Suíça, o qual foi utilizado pelo declarante para pagamento de despesas pessoais; que com as retiradas dos valores da conta da Suíça no Brasil, o declarante realizou viagens com sua esposa para Inglaterra, USA e México”, contou.

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