Ex-diretor da Petrobras diz que não informou senha

O ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Jorge Zelada afirmou nesta quarta-feira que não passou senhas internas da estatal para executivos da empresa holandesa SBM Offshore. Uma investigação interna da companhia descobriu que dois documentos sigilosos – o plano diretor de desenvolvimento integrado do pré-sal na Bacia de Santos e a contratação de uma empresa concorrente da SBM – foram vazados a partir de senhas pessoais de Zelada.

“A minha senha é de uso pessoal e reafirmo que não passei a minha senha para ninguém”, afirmou Zelada, em depoimento à CPI mista da Petrobras. “Não acredito que alguém tenha usado a minha senha”, completou ele, em resposta a questionamentos do líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR).

O ex-diretor afirmou que tinha por hábito ler e imprimir centenas de documentos internos em razão das reuniões de Diretoria Executiva. “O que posso afirmar é que nunca entreguei documento para nenhuma entidade externa”, afirmou. Zelada disse ainda que pagou do próprio bolso uma viagem que fez com a família e outro ex-diretor da estatal Renato Duque a vinícolas argentinas. O jornal O Estado de S. Paulo apontou no final de junho que uma empresa de Julio Faerman, suspeito de pagar propinas para obter contratos de locação para a SBM na Petrobras, convidou dirigentes da estatal e familiares para a viagem.

A reportagem se baseou em mensagens eletrônicas enviadas por pessoas ligadas a Faerman aos dois então diretores da estatal, em 2011. “Foi uma viagem de férias normal que foi paga por mim”, afirmou Zelada. Segundo o ex-diretor, ele gosta de fazer viagens desse tipo, e já havia feito roteiro semelhante dois anos antes ao Chile também em companhia de Renato Duque.

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