O ex-diretor de marketing da Caixa Econômica Federal Clauir Luiz dos Santos afirmou em depoimento ao juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, que o ex-deputado do PT André Vargas ‘ligava muito’ para ele.

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“O André ligava muito. O André era meu conhecido, eu encontrava em aeroporto. Eu morava em Curitiba e trabalhava lá. O André era meu conhecido, a gente tinha uma relação, não digo de amizade, mas de conhecido. Eu o conheci quando ele se tornou deputado federal e ele me pedia muita informação sobre regionalização de mídia, como é que funcionava, como é que funcionava blog, como é que funcionava isso, como é que funcionava aquilo dentro da parte de mídia”, afirmou Clauir, em depoimento nesta quarta-feira, 22, como testemunha de defesa do ex-parlamentar petista.

O ex-diretor da Caixa afirmou que ‘não sabia de pagamentos de comissões de bônus de volume’ nas contas de empresas controladas por Vargas e seus irmãos. Anteriormente, à Polícia Federal, Clauir declarou que se reuniu com o ex-deputado do PT ‘entre 10 e 15 vezes’.

Ele se aposentou em maio, quando a Lava Jato mirou contratos de publicidade. Investigadores da força-tarefa da Lava Jato investigam se Clauir dos Santos era o elo do ex-deputado com um esquema de corrupção em contratos de publicidade que rendiam 10% de propina, via subcontratos no setor.

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André Vargas está preso desde 10 de abril deste ano. Ele foi secretário de Comunicação do PT e vice líder do partido na Câmara. O mandato de Vargas foi cassado em dezembro de 2014.

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, a agência de publicidade Borghie Lowe, que administrava contas publicitárias da Caixa Econômica Federal, teria contratado serviços das empresas E-noise, Luis Portela, Conspiração, Sagaz e Zulu Filmes para a realização de serviços de publicidade, e as orientado a realizar pagamentos das comissões nas contas das empresas dos irmão Vargas.

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A denúncia da Procuradoria da República contra André Vargas sustenta que ele foi beneficiário de propinas no âmbito de dois contratos de publicidade – em agosto de 2008 e abril de 2014 – com a Caixa que somaram R$ 968 milhões, incluindo aditivos, e em um contrato com o Ministério da Saúde, no valor de R$ 120 milhões, de 31 de dezembro de 2010.

“Eu acho que eu estive em jantares que eu estava com o Nedson e com o Ricardo (Hoffman, ex-diretor da Borghi Lowe, investigado na Lava Jato) e acho que o André chegou. Isto deve ter acontecido uma ou duas vezes com certeza”, afirmou.

Clauir dos Santos afirmou em depoimento que nunca solicitou doação de campanha para agências de marketing. Ele disse que atendia pessoas que parlamentares pediam e exemplificou um caso envolvendo André Vargas.

“A ADI, que é a Associação dos Diários do Interior do Brasil, que reúne quase 200 jornais. Ele pedia muito para eu atender o presidente”, disse. “Eles iam lá levar projetos, né? De mídia.”

Moro questionou que tipo de projeto. “Venda de espaço publicitário nesses 200 jornais”, respondeu Clauir dos Santos. “Para a Caixa e para os outros órgãos. Eles iam em Brasília, eles têm uma representação lá. Eles tinham muito contato conosco e eles trabalharam muito nesse projeto de regionalização de mídia. A gente atendeu muito ele.”