O advogado e ex-deputado federal José Costa, pré-candidato ao Senado pelo PPS de Alagoas, denunciou hoje o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) de dificultar a remessa de verbas federais para o Estado, de boicotar a instalação de um estaleiro no município alagoano de Coruripe e de tentar impedir a aprovação no Senado de um empréstimo de R$ 500 milhões que o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) teria conseguido junto ao Banco Mundial.

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De acordo com Costa, a prova do boicote de Renan seria a briga com o senador Romero Jucá (PMDB-RR), pelo peemedebista ter ajudado a aprovar o empréstimo do Banco Mundial e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a Alagoas. “O motivo dessa briga entre Renan e seu ex-aliado Romero Jucá foi esse e foi noticiado pela jornalista Cristina Lobo, da Globo News”, afirmou Costa, em entrevista à Radio Educativa FM.

O pré-candidato do PPS acusou o senador alagoano de ter obrigado o prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP), a abrir mão de sua candidatura ao governo do Estado nas eleições deste ano em troca do recebimento de R$ 120 milhões em verbas federais para obras de urbanização do Vale do Reginaldo. “O senador Renan exigiu que o prefeito assinasse um documento renunciando a candidatura ao governo, condicionando essa decisão à liberação de verbas para obras em Maceió”, disse.

Costa denunciou ainda outro adversário, o deputado federal Benedito de Lira (PP-AL), que também é pré-candidato ao Senado. Segundo Costa, o deputado federal alagoano estaria envolvido na Operação Sanguessuga, da Polícia Federal (PF), que investigou a participação de parlamentares em fraudes envolvendo liberação de verbas federais para a compra de ambulâncias. De acordo com Costa, Lira é citado no relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurou o esquema ilegal.

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Taturana

Além disso, José Costa acusou Benedito de Lira de ser “laranja” do próprio filho, o deputado estadual Arthur Lira (PP). Segundo o pré-candidato do PPS, consta no relatório da Operação Taturana, também da PF, que Arthur Lira colocou cinco fazendas no nome do pai porque não teria como justificar a aquisição dos imóveis. O parlamentar do PP foi um dos 14 deputados estaduais indiciados pela PF pelo desvio de R$ 300 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa de Alagoas, entre 2002 e 2007.

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Em depoimento, Arthur Lira negou qualquer envolvimento no desvio dos recursos do Legislativo. Mesmo assim foi indiciado, porque no período da fraude integrava a Mesa Diretora da Casa. Ele também responde a processo na Justiça Eleitoral por infidelidade partidária. Segundo a Promotoria Regional Eleitoral, o político trocou o PMN pelo PP sem justa causa.

O senador Renan Calheiros e deputado federal Benedito de Lira foram convidados pela produção da Rádio Educativa FM para participar da série de entrevistas que a emissora está promovendo com os pré-candidatos ao Senado, mas não quiseram participar. Além de José Costa, já foram entrevistados o delegado da PF José Pinto de Luna, pré-candidato pelo PT, e a vereadora por Maceió Heloísa Helena, que quer voltar ao Senado pelo PSOL.