Substituído na direção-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Márcio Buzanelli reconheceu que foi surpreendido pela decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de entregar seu cargo ao atual diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda. O diretor da Abin se confessou ?frustrado? por não poder completar seu projeto para a agência, mas garantiu que sai do posto ?sem ressentimentos?. Mesmo assim, disse acreditar que o melhor perfil para comandar a Abin é o de um técnico especializado na área de inteligência, como ele próprio.

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?Eu não seria verdadeiro se não dissesse exatamente isso. Estaria, inclusive, me negando a possibilidade de exercer o cargo. Entendo que para a chefia o ideal seria um oficial de inteligência. O governo tem outra visão. Esse perfil talvez não seja agora o mais adequado aos desígnios do governo?, afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.

Buzanelli avalia que Lula pretende aumentar a cooperação entre Abin e Polícia Federal. ?O presidente certamente tem uma proposta para segurança pública e de Estado de integração maior entre Abin e Polícia Federal, favorecendo a integração entre os serviços de inteligência?, observou.

Lacerda confirmou ontem essa idéia. O diretor da PF disse que sua principal meta na Abin é aproximá-la da PF, ?pondo fim a uma falta de sintonia inexplicável entre órgãos de inteligência do governo?. Lacerda disse também que primeiro ?vai conhecer bem a agência e a seguir implementar mudanças nos seus métodos e na sua estrutura?. Oficialmente, Buzanelli cumpre hoje o último dia de serviço e deixa a função no domingo.

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