Derrotado nas urnas na disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados, o ex-assessor especial de José Dirceu na Casa Civil, Marcelo Sereno (PT-RJ), foi nomeado secretário de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Petróleo de Maricá, na Região dos Lagos fluminense. O município espera ter um salto na arrecadação de royalties nos próximos anos, podendo receber cerca de R$ 240 milhões por ano com a exploração de petróleo na Bacia de Santos.
Sereno foi empossado hoje pelo prefeito Washington Quaquá (PT), mas informou que não vai comentar sua nomeação para o cargo. Segundo sua assessoria de imprensa, o novo secretário foi escolhido por sua experiência na área da administração pública.
De acordo com a Prefeitura de Maricá, o secretário de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Petróleo tem o papel de “buscar investimentos privados para o município e apresentar as potencialidades da cidade em diversos âmbitos”. A expectativa de políticos locais é a de que Sereno aproveite seus contatos com o governo federal para beneficiar o município.
Além de ter sido assessor de Dirceu, Sereno é economista, integrou a Central Única dos Trabalhadores (CUT), participou do governo de Benedita da Silva, no Rio, em 2002, e foi secretário de Comunicação do PT, em 2005.
O novo secretário é uma das testemunhas de defesa do ex-ministro e deputado cassado José Dirceu no processo pelo escândalo do “mensalão”. Ele chegou a ser citado pelo então deputado Roberto Jefferson, em entrevistas, como um dos envolvidos no esquema de compra de votos de parlamentares, mas não se tornou réu na ação.
Maricá e Sereno
O município de Maricá tem orçamento de R$ 270 milhões previsto para 2011, mas o valor não inclui os R$ 240 milhões (R$ 20 milhões por mês) em repasses referentes à exploração de petróleo da camada pré-sal. Atualmente, Maricá recebe R$ 36 milhões por ano em royalties. Os novos recursos deverão ser investidos em projetos de infraestrutura, saneamento e habitação.
Com o apoio de Dirceu, Sereno se candidatou a deputado federal e recebeu 39.948 votos no Estado, mas não se elegeu. Em Maricá, conquistou o apoio de apenas 72 eleitores – o equivalente a menos de 0,2% do total de seus votos. O candidato também tentou impulsionar, sem sucesso, a campanha da primeira-dama de Maricá, Rosângela Zaidan, que disputou uma vaga na Assembleia Legislativa.