Ibanês César Cássel, diretor de Gestão Corporativa da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), braço do Ministério de Minas e Energia, é sócio da Capacità Eventos Ltda e assinou dois contratos, em 2008, entre sua empresa e a Petrobras no valor total de R$ 538.755.65. Um deles, na soma de R$ 100 mil, foi fechado sem licitação. As informações são do jornal O Globo.
Segundo o diário fluminense, Cássel tem laços profissionais estreitos com a presidenciável do PT, Dilma Rousseff. Foi diretor administrativo da Companhia Estadual de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul sob comando de Dilma, que chefiava a Secretaria de Energia, Minas e Comunicações do Estado. Em 2005, assumiu a diretoria da EPE a convite da petista, que era ministra de Minas e Energia.
Um dos contratos entre a empresa de Cássel e a Petrobrás, informa o jornal, tem o valor de R$ 438.755,65. A Capacità Eventos ficou responsável pela inauguração da plataforma P-53, em 18 de setembro de 2008 na cidade de Rio Grande (RS). Nesse caso, a licitação foi feita por meio de carta-convite.
O segundo contrato, continua o diário fluminense, foi para o patrocínio do evento “Porto Alegre – Uma visão de futuro”, da Câmara Municipal da capital gaúcha, e foi assinado sem licitação no valor de R$ 100 mil, sob as regras do decreto 2745 de 1998, que a eximiu de abrir concorrência pelo serviço.
Em resposta ao jornal, Cássel disse ter 1% de participação na empresa e, por isso, não teria ingerência nos contratos da Capacità Eventos. A sócia majoritária é a mulher de Cássel, Eliana Azeredo, com 99% de participação.
Trâmites legais
Ontem, por meio de nota, a Capacità Eventos negou irregularidades nos contratos. A nota da empresa de Cássel e de sua mulher refere-se a outra nota, divulgada pela Petrobras, na qual a estatal sustenta que o contrato para o batismo da P-53 foi feito por licitação, em que participaram seis empresas. A Capacità Eventos, afirma a Petrobrás, venceu por apresentar o menor preço.
Dilma
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, rebateu ontem as acusações de suposto esquema de favorecimento envolvendo a Petrobrás e seu ex-assessor Ibanês César Cássel.
“Aquela matéria é ridícula”, criticou Dilma durante entrevista coletiva concedida em Brasília, referindo-se à reportagem publicada pelo jornal O Globo
A candidata enfatizou que “ter uma empresa e participar do governo não é crime, nunca foi”. Ela recorreu a exemplos como os dos ex-ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – Roberto Rodrigues, da Agricultura, e Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio – que são empresários e exerceram o cargo sem nunca sofrerem questionamentos da imprensa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.