O deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE) disse estranhar a ação da Polícia Federal na sede do PMDB do Ceará, na manhã de hoje. Por determinação da Justiça Eleitoral, os agentes entraram no escritório do partido, em Fortaleza, em busca de papéis que pudessem comprovar suposta campanha antecipada de Eunício, presidente licenciado do PMDB cearense. Ex-líder do PMDB na Câmara e ex-ministro das Comunicações no governo Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado é pré-candidato ao Senado pelo Ceará. “A base desse mandado é uma história de propaganda política antecipada porque eu participei de uma reunião que nem fui eu que organizei, só fui convidado”, disse Eunício. “Isso é um equívoco”, afirmou.

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Embora tenha estranhado a ação da Polícia Federal, o deputado evitou ligar o episódio às recentes rusgas do PMDB nacional com o governo federal. A relação do partido com a Presidência da República tem passado por turbulências. Uma das razões foi a exoneração, pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), de apadrinhados de caciques peemedebistas. Além disso, o PMDB impõe condições para manter a aliança com o PT nas eleições presidenciais de 2010. “Não sei fazer relação entre essas coisas, mas eu acho estranha essa busca e apreensão. Por que o PMDB?”, disse Eunício.

A ação da PF teria sido motivada por um encontro de Eunício Oliveira com vereadores de Fortaleza, na última sexta-feira, num hotel da cidade. Na reunião, o grupo teria manifestado apoio à candidatura de Eunício ao Senado. A busca foi pedida pelo procurador da República Alessander Sales. Ele apura se a reunião não configuraria antecipação de campanha, o que é proibido pela legislação eleitoral. Um dos caciques do PMDB nacional, Eunício é presidente licenciado do partido no Ceará e a mulher dele, Mônica Paes de Andrade Oliveira, tesoureira da Executiva Nacional do partido.

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