Após apresentar relatório favorável à aprovação da PEC do Teto dos Gastos, o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) aproveitou a ocasião para citar a ex-primeira-ministra do Reino Unido Margaret Thatcher e defender seus argumentos pelo congelamento dos gastos públicos. Thatcher foi uma das mais maiores representantes do neoliberalismo da história mundial, reconhecida pelo seu programa de privatizações e corte de serviços sociais.

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“Fiquei até tarde fazendo o relatório, fui buscar em pesquisas algumas referências e achei uma frase da Margaret Thatcher, em que ela diz que não existe dinheiro público, o dinheiro é gerido pelo poder público, mas ele vem da iniciativa privada e do bolso de cada contribuinte. Quem paga a conta dos gastos públicos é o bolso do contribuinte brasileiro”, afirmou.

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A frase da premiê britânica foi dita em 1983, durante conferência de sua legenda, o Partido Conservador. “O Estado não tem outra fonte de recursos além do dinheiro que as pessoas ganham por si próprias. Se o Estado deseja gastar mais, ele só pode fazê-lo tomando emprestado sua poupança ou cobrando mais tributos. Não existe essa coisa de dinheiro público, existe apenas o dinheiro dos pagadores de impostos”, disse Thatcher à época.

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A condução do Reino Unido sob o comando de Thatcher, que foi primeira-ministra entre 1979 e 1990, divide opiniões. A premiê ganhou força ao retirar o Reino Unido de uma recessão, o que lhe rendeu duas reeleições, mas sua resistência contra a inserção da Inglaterra na União Europeia, corte de assistências sociais e privatizações lhe deram o título de “Dama de Ferro” e ela acabou renunciando ao terceiro mandato.

No mês passado, Thatcher foi eleita a pior primeira-ministra dos últimos cem anos pela Associação de Escritores de História do Reino Unido. Eles alegam, principalmente, que a estadista destruiu direitos sociais britânicos. A publicação também sofreu críticas por ser considerada de viés esquerdista.

No Brasil, a PEC do Teto, que limita os gastos públicos, também têm sofrido críticas da oposição, que alega que o texto congela investimentos públicos em áreas cruciais como a saúde e a educação. A proposta tem vigência de 20 anos. Eunício rebateu as falas dos oposicionistas e defendeu que o piso de investimentos para os setores será mantido e corrigido pela inflação.