A candidata da Rede ao Planalto, Marina Silva, negou uma mudança de tom com o PT após recuo nas pesquisas eleitorais. “Eu estou no mesmo tom”, disse, durante sabatina à CBN, nesta quinta-feira, 13.
Marina tem recuado nas últimas pesquisas de intenção de voto e perdeu espaço para concorrentes do mesmo espectro político, como Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT). A estratégia inevitável, segundo especialistas, seria tentar abocanhar parte desse eleitorado de esquerda e buscar o voto dos “petistas desiludidos” com os escândalos de corrupção.
A ex-ministra voltou a associar Haddad à ex-presidente Dilma Rousseff. “Dilma foi indicada pelo presidente Lula. Chancelada pelo presidente Lula e agora está sendo apagada, como se não houvesse governo Dilma/Temer”, disse, reforçando que, por causa da impopularidade de Temer, o partido quer apagá-la.
O recuo nos resultados das últimas pesquisas de intenção de voto foi amenizado por Marina, que reconheceu dificuldades diante da falta de recursos e pouco tempo de TV. Mas contrapôs: “Fiquei estável em segundo lugar durante muito tempo. E as pessoas não me consideravam. Diziam que eu não era viável”.
A candidata voltou a negar a pecha de que não se posiciona sobre temas polêmicos. “Quem não está debaixo do guarda-chuva vermelho ou azul, não existe. Eu não me posiciono como o PT se posiciona, como o PSDB se posiciona. A sociedade está percebendo que existe algo além desses guarda-chuvas”, disse.
Sobre a cláusula de barreiras e o possível dois pesos e duas medidas da candidata ao defender a redução de partidos, mas, ao mesmo tempo, demandar mais tempo de TV para a Rede, uma sigla pequena e recém criada, Marina esclareceu: “defendo cláusula de barreira, mas não pena de morte para os partidos”. A candidata afirmou que o sistema é desenhado para favorecer grandes siglas e que o objetivo é “só pode ganhar um partido que vai ser contra a Lava Jato”.