Horas depois do fim do julgamento do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira, 24, manifestantes favoráveis à sua condenação ocuparam o Parcão, no bairro nobre Moinho dos Ventos. Apesar do chope, da banda, do carro de som e do resultado favorável, o chamado CarnaLula reuniu cerca de 100 pessoas.
No ato, organizado pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e Nas Ruas, chamaram atenção dois grupos principalmente, uns de laranja e outros de roxo – camisetas do Novo e Livres, respectivamente. Diferente do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, em que conseguiam reunir milhares de pessoas e manifestações partidárias eram rechaçadas, no ato de comemoração da condenação do Lula, estiveram presentes partidos e movimentos políticos, além de candidatos nas eleições deste ano.
Líder do MBL, Kim Kataguiri, voou de São Paulo para o CarnaLula gaúcho e viu com naturalidade o esvaziamento da manifestação. O jovem de 21 anos disse que, além de ser dia de semana, “o momento agora é outro, antes as pessoas se sentiam parte de algo maior”. Paula Cassol, coordenadora do MBL no Rio Grande do Sul e uma das organizadoras do CarnaLula, diz que não é possível comparar o ato de hoje com as manifestações do impeachment. “Elas eram convocadas com muita antecedência e, o mais importante, eram feitas no domingo”, disse.
Tanto Kim quanto Paula serão candidatos em outubro. Nenhum dos dois têm partido. O primeiro sairá para deputado federal e a segunda, estadual. O líder do MBL avalia que a presença de partidos, como o Novo, no ato é um sinal de “amadurecimento”.
“Primeiro os movimentos, as iniciativas liberais, os think tanks evoluíram pra partidos políticos ou pra correntes internas de partido. E esse ano, claro, é ano de eleição e coincide com o ano em que o movimento liberal e conservador em si tá se institucionalizando mais, está buscando disputar eleição, ter quadros”, afirmou.
Ex-MBL, Alexandre Paiva marcou presença no protesto, acompanhado de uma mulher que filmava e tirava suas fotos – como uma espécie de assessora de imprensa. Hoje presidente do Livres em Santa Cantarina, ele pretende se candidatar a deputado federal – possivelmente, pelo Novo. “Acho natural que partidos e movimentos liberais conversem entre si”, disse Paiva.
Um dos que andavam de camiseta laranja do Novo no ato, Leonardo Granzotto também participou do ato, onde dançou ao som das marchinhas da Banda Loka Liberal – todas com teor negativo ao PT e ao ex-presidente Lula. Granzotto também pretende se candidatar a deputado federal em outubro e disse que o Novo “circula entre os movimentos sem ser taxado como partidário”, porque não tem imagem vinculada às siglas tradicionais.