Dez estudantes de um grupo que se intitula Coletivo Independente de Manifesto e Ativismo (Cima) entraram hoje no Senado, se posicionaram em frente ao gabinete do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), e abriram folhas de papel ofício com “Fora, Sarney” escrito em vermelho. Como o Regimento Interno do Senado proíbe manifestações dentro do prédio, os seguranças começaram a retirar à força os estudantes, que resistiram e foram detidos. Eles tiveram de prestar depoimento nas instalações da Polícia Legislativa, que funcionam na garagem do Senado.
Apesar de serem apenas dez estudantes, quando os agentes que os conduziam chegaram ao Salão Azul houve um princípio de tumulto, pois o grupo misturou-se a grande número de repórteres, fotógrafos, policiais legislativos e servidores. Enquanto os manifestantes eram levados à Polícia Legislativa, um deles, Rodrigo Grassi, coordenador do Cima, gritava para os seguranças: “Aqui, ninguém tem medo de prisão! Vocês deviam prender esses senadores. Estão prendendo estudantes, igual na época da ditadura.”
Na terça-feira, os mesmos dez estudantes tentaram entrar no Senado carregando 12 caixas de pizza que simbolizavam o arquivamento de 11 denúncias contra Sarney e uma contra o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), no Conselho de Ética. A intenção deles era a de entregar as caixas ao presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ), mas foram impedidos de entrar no prédio.