Requião procura por fim á polêmica. |
O governador Roberto Requião se reuniu ontem no Palácio Iguaçu com o prefeito de Paranaguá, José Baka Filho, para tentar um acordo que coloque um fim na polêmica criada com a desapropriação, pelo governo do Estado, de uma área no litoral, para ampliar o espaço de recepção de caminhões pelo porto. Segundo o governador, as duas partes chegaram a um acordo que vai permitir a compra pelo Estado de uma área de 300 mil metros. "A prefeitura vai receber uma compensação por algumas ruas que existiam num loteamento próximo e nós vamos comprar, por um instrumento de desapropriação, a área da Rede Ferroviária Federal", disse o governador.
O acordo foi definido no Palácio Iguaçu numa reunião da qual participaram o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Eduardo Requião, o prefeito de Paranaguá, José Baka Filho, o liqüidante da RFFSA, Edson Nascimento, e o procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda.
O governo do Estado vai pedir à ALL (América Latina Logística), concessionária que administra a estrada de ferro entre Curitiba e Paranaguá, que compre outra, no km-10 da BR-277, onde será construída uma sede campestre para os sindicatos dos portuários, como compensação pelo acordo. O governador ressaltou que a área representa a única opção para expansão do porto. "Fizemos um acordo porque é sempre o melhor, mas tentaram mesmo invadir um bem público e prejudicar a compra de uma área fundamental para melhorar o escoamento da nossa safra e diminuir o problema dos caminhoneiros que enfrentam fila na rodovia", destacou.
O prefeito José Baka Filho teria considerado o acordo como uma solução que agrada a todos. "Haverá uma permuta de área com a prefeitura. A Rede cede um terreno para a prefeitura e o porto desapropria um trecho onde existe uma fábrica de manilhas do município, que será construída em outro local", explicou.
Requião argumentou com Baka os eventuais benefícios que o acordo trará ao município e lembrou que, pela primeira vez, o porto investe diretamente no município. "Apenas as obras de acesso ao porto representam um investimento de R$ 25 milhões", afirmou ao lembrar a pavimentação em concreto capaz de suportar peso de caminhões e ter vida útil superior a pavimentação convencional nas ruas de acesso ao porto.
Ainda para acabar com as filas de caminhões, o porto ativará uma área retroportuária utilizando os armazéns da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de Ponta Grossa em março. O porto também terá sua capacidade de receber navios aumentada em até um terço com o cais oeste, que tem obras em fase de licitação.
Decreto será revisto, diz Baka
O prefeito de Paranaguá, José Baka Filho, divultou nota depois da reunião segundo a qual o governador Roberto Requião se comprometeu em rever o decreto de desapropriação da área de 294 mil m2 em Paranaguá que é de propriedade da Rede Ferroviária Federal. "O governador observou que vai respeitar a área que é de propriedade do município que compreende loteamentos antigos", disse. Quanto à situação das empresas que atuam na área, houve mudança de posições e nenhuma delas, que juntas oferecem em torno de 500 empregos diretos, deverá ser prejudicada. O presidente da Câmara de Paranaguá, Rudolf Amatuzzi Franco, também participou do encontro.