Os advogados do jornal O Estado de S.Paulo vão recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a censura imposta pelo Tribunal de Justiça (TJ) do Distrito Federal que há 83 dias impede a publicação de reportagens sobre a operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que investigou o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

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Hoje, ao julgar mais um recurso do jornal, os desembargadores que integram a 5ª Turma do TJ confirmaram a decisão tomada por eles no dia 30 de setembro, quando, além de manter a censura, o tribunal determinou a transferência do processo para a Justiça Federal Cível de 1ª Instância do Maranhão. O julgamento foi sigiloso. Apenas os advogados do jornal puderam assisti-lo.

Esgotadas as possibilidades de recorrer no TJ, a defesa do jornal deverá protocolar um recurso a ser julgado pelo STJ. Esse recurso será encaminhado após a publicação da decisão tomada hoje pelos desembargadores da 5ª Turma.

O pedido de censura ao jornal foi requerido pelo empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP). Ele seria o responsável pela direção dos negócios da família, que estão sob investigação da Polícia Federal há quase três anos. A operação, depois desdobrada em cinco inquéritos, mapeou transações financeiras suspeitas das empresas do grupo, detectadas às vésperas da eleição de 2006. Em julho, ao final de quase seis horas de depoimento na Superintendência da PF do Maranhão, em São Luís, o empresário foi indiciado por lavagem de dinheiro, tráfico de influência, formação de quadrilha e falsidade ideológica.

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