O candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, disse nesta quinta-feira, em Sorocaba, que o Estado está perdendo participação na indústria por omissão do governo estadual. Um dia depois que a presidente Dilma Rousseff acenou com possível mudança na equipe econômica caso seja reeleita, Padilha defendeu a política econômica do governo federal. “A indústria não está saindo do Brasil, sai daqui (de São Paulo) e vai para outro Estado dentro do Brasil para aproveitar os benefícios que o governo dá.” Ele disse que São Paulo prejudicou as indústrias não aderindo ao plano do governo federal para reduzir o custo de energia, que tem peso nos custos.
Padilha visitou indústrias da região acompanhado por dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos. De acordo com o candidato do PT, o atual governador prejudicou as pequenas empresas ao adotar a substituição tributária e cobrar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) das pequenas empresas. “Dessa forma, todos os benefícios que criamos com o Mais Simples foram anulados em São Paulo. É São Paulo que precisa de mudança na política econômica”, afirmou.
Padilha disse ainda que as altas tarifas de pedágio oneram a economia do Estado. “O governador prometeu, mas não quis reduzir as tarifas, pelo contrário, admitiu reajustes que não estavam previstos. Os contratos estão perto de vencer e, na renovação, vamos mudar os indicadores para fazer como o governo federal, que tem pedágios quinze vezes mais baratos.” Ele criticou o governador Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à reeleição, por ter dito que nos municípios operados pela Sabesp não tem racionamento de água. “Eu quero ser governador de todo Estado, não só dos municípios operados pela Sabesp”. Padilha acusou o governador, líder nas pesquisas de intenções de voto, de ser “promessinha”, dizendo que ele não cumpriu promessas feitas na última campanha. “Alguém aqui vê presídios com bloqueador de celular? Faz dez anos que ele prometeu duplicar a estrada de Sorocaba a Salto de Pirapora e não fez.”
Campanha
Acompanhado pelos deputados petistas locais, Iara Bernardi, federal, e Hamilton Pereira, estadual, Padilha fez corpo a corpo nas ruas do centro de Sorocaba, entrando em lojas e bares. Ele fez poses para celulares e entregou pessoalmente santinhos com sua foto a centenas de pessoas. Uma senhora recusou o panfleto e saiu apressada. Ele ainda teve de ouvir um coro de três mulheres entoando: “Queremos trabalhar, sem político incomodar.”
O petista comparou os feitos do governo federal com os do Estado. “O PT já mostrou aqui que faz. Nós fizemos a Universidade Federal de São Carlos, eles fizeram a Unesp, compara quantos alunos e cursos tem na federal e na Unesp.” No Hospital Regional, lamentou que pacientes da região precisem acordar às três da manhã e viajar com o risco de ficar sem atendimento. “Vou levar o Mais Médicos Especialistas para que as pessoas não precisem sair de suas cidades.”
Ao comentar as últimas pesquisas eleitorais que o colocam em terceiro lugar, distante dos primeiros colocados, ele fez uma comparação com a Copa do Mundo. “Essa eleição vai ser igual a Copa, são 32 dias e tem muito favorito que acha que vai ganhar, mas vai perder.” Ele disse que os candidatos do PT estão em alta. “A pesquisa mais atual mostrou que a Dilma subiu, eu subi e o Eduardo Suplicy (candidato ao Senado) subiu. A população começa a conhecer quem são os candidatos”.