O jornal Estado de Minas divulgou nota na noite de hoje sobre o episódio da quebra dos sigilos de tucanos e pessoas ligadas ao presidenciável do PSDB, José Serra. No curto comunicado, assinado pela direção do veículo, o jornal afirma que o jornalista Amaury Ribeiro Jr. trabalhou por três anos na empresa e publicou diversas reportagens, mas “nenhuma, absolutamente nenhuma, se referiu ao fato agora em questão”. “O Estado de Minas faz jornalismo.”

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No fim da manhã, a reportagem procurou a assessoria de imprensa do diário mineiro e encaminhou questionamentos por escrito. Porém, não obteve resposta. A nota foi veiculada no portal do Estado de Minas na internet.

O veículo mineiro afirma também que considera normal a citação do veículo “por parte da imprensa no episódio de possível violação de dados fiscais de pessoas ligadas à atual campanha eleitoral”. “Entende que isso é normal e recorrente, principalmente às vésperas da eleição quando os debates se tornam acalorados.”

Investigação da Polícia Federal (PF) aponta que o jornalista Amaury Ribeiro Jr. encomendou a quebra dos sigilos fiscais do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, da filha de Serra, Verônica, do genro dele, Alexandre Bourgeois, e de outros tucanos entre setembro e outubro de 2009, época em que trabalhava no jornal Estado de Minas.

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Amaury participou do grupo de inteligência da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT) este ano, já sem vínculos com o jornal mineiro. Esteve, inclusive, numa reunião em abril com a coordenação de comunicação da campanha petista para supostamente discutir a elaboração de um dossiê contra os tucanos.

Grupo de espionagem

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Entre setembro e outubro de 2009, o Estado de Minas teria custeado as viagens de Amaury a São Paulo para buscar os documentos. Ele disse à PF que decidiu fazer a investigação depois de descobrir que o deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ) estaria comandando um grupo de espionagem a serviço do presidenciável José Serra (PSDB) para devassar a vida do ex-governador de Minas e senador eleito, Aécio Neves (PSDB).

Amaury afirmou que saiu do jornal no fim de 2009, mas deixou um relatório completo de toda a apuração, levando uma cópia consigo para futura publicação de um livro. Na sua versão, a inteligência do PT teria tomado conhecimento do conteúdo de sua investigação e o convidou para trabalhar na equipe de campanha de Dilma.