Nos partidos que apoiaram a reeleição do prefeito Beto Richa (PSDB) no ano passado, há entre suas lideranças, aqueles que acham que os tucanos deveriam reunir a todos e colocar as cartas na mesa para as eleições de 2010. O vice-presidente estadual do PDT, deputado Augustinho Zucchi, acha que esse encontro poderia ocorrer antes do final do primeiro semestre deste ano.
Ele disse que a direção do PSDB tem a obrigação de chamar todos os partidos e expor sua posição, já que de outubro de 2008 para cá, fatos novos ocorreram. A apresentação das pré-candidaturas do prefeito de Curitiba, Beto Richa, e do senador Alvaro Dias, ao governo, foram as principais mudanças num cenário pré-reeleição de Beto, que apontava para uma tranquila candidatura do senador Osmar Dias ao governo, ladeado pelo PSDB, PPS, PTB, PP, DEM e todos os demais. “Antes das eleições municipais, foram feitas várias reuniões entre os partidos e o senador Osmar Dias esteve na maioria delas. Agora, acho que também temos de nos reunir. E o PSDB tem esse dever”, afirmou Zucchi.
O vice-presidente estadual do partido comentou que os tucanos apontam a necessidade de avaliar a conjuntura quando o tema da conversa é a definição do grupo para 2010. Mas o PDT pede uma posição mais precisa a respeito do assunto. “Nós precisamos saber que critérios virão depois da análise de conjuntura. Por exemplo, nós não queremos saber do critério da pesquisa eleitoral. Então, vamos sentar e conversar”, disse.
Se o PSDB tem planos diferentes daqueles discutidos antes da eleição do ano passado, é preciso que diga aos aliados, defendeu Zucchi. “Que as posições sejam colocadas democraticamente e que eles digam qual é a idéia que continua e como vamos encaminhar as posições”, comentou o dirigente pedetista.
Zucchi acha que os contatos do PDT com lideranças do PT ou vice-versa não são impeditivos para reagrupar as forças de 2008 ou então servir como argumento para uma mudança de planos dos aliados de 2008. “Muito se comenta que o PDT está próximo do PT. O PDT já estava na base de apoio do Lula antes do Beto se eleger. E será que já esqueceram que o presidente Lula chamou o Osmar para mudar de posição na eleição municipal e ele não mudou?”, questionou.
O PDT também não é o único partido da base de apoio ao governo Lula (PT) que também está junto com o PSDB no Paraná, assinalou. “O que eu quero dizer é que o Osmar tem proximidade com o governo federal sim, assim como o PP e o PSB também são da base de apoio do Lula. Mas o Osmar também tem um caminho construído aqui”, comentou.
Jogo de empurra
Os presidentes do DEM, deputado federal Abelardo Lupion, e do PP, deputado federal Ricardo Barros, embora não tenham tomado a iniciativa de propor a reunião, acham que uma conversa com os tucanos seria bem-vinda, a qualquer tempo. “O PP está no governo federal como está no governo municipal. Para nós, a situação é cômoda e podemos aguardar. Mas somos solidários ao PDT porque o jogo de ir empurrando as decisões com a barriga só interessa ao PSDB”, afirmou Barros. Ele observou que adiar as decisões para abril de 2010 é interessante para o PSDB porque é o prazo que o prefeito de Curitiba tem para dizer, finalmente, se é candidato ou não ao governo.
Lupion disse que o presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, já sinalizou que gostaria de reunir o grupo. “Eu acho que qualquer conversa é boa e o quanto antes seria melhor. Mas eu entendo que o PSDB tem dificuldades para ter uma decisão sobre o governo. Eles ainda nem definiram o candidato a presidente da República”, disse.