Aliados do governo, os partidos da base considerados de esquerda – PC do B, PSB e PDT – articulam um pacto inédito na Câmara com a oposição para se contrapor à hegemonia do PT e do PMDB. Acima das diferenças e da ideologia, esses partidos governistas buscam entrar no jogo político no Legislativo, depois de escanteados pela prioridade dos petistas na coalizão com os peemedebistas, e a oposição procura a sobrevivência.
O acordo é pragmático. Os dois lados sabem das discordâncias entre si e não esperam estar juntos em todos os assuntos no Congresso nem em futuros projetos políticos de poder, mas não aceitam o “prato feito” que tem sido imposto pelos maiores partidos para os próximos quatro anos. O PT e o PMDB dividiram entre eles os dois biênios do comando da Câmara, repetindo o que foi feito nos últimos quatro anos.
O lançamento de um nome alternativo para disputar a presidência da Casa não é descartado por essa nova articulação. Sobre isso, porém, as discussões estão embrionárias.
Antes aliados preferenciais dos petistas, PC do B, PSB e PDT avaliam que o PT e o PMDB não apenas querem dividir o governo como também tomar conta da política no País, asfixiando os demais partidos. “O PT e o PMDB já resolveram tudo até 2014. A insatisfação é generalizada. Eles decidiram como vai ser e outros partidos ficarão na geral, batendo palmas”, resumiu um líder.