Nani Góis/Assembleia Legislativa
Tadeu Veneri: “E lá, quem fez a acusação vai ter que provar. Agora, ele vai ter explicar essa molecagem também”

O deputado estadual Reinhold Stephanes Júnior (PMDB) apareceu, nesta quarta-feira, na sessão da Assembleia Legislativa, com cópias dos recibos de verba de ressarcimento pagas ao deputado Tadeu Veneri (PT) entre novembro e dezembro de 2006 que, segundo Stephanes, comprovam sua denuncia de que o deputado petista teria pego R$ 150 mil em um mês de ressarcimento da Assembleia.

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No comprovante, aparece que foram pagos a Tadeu a título de ressarcimento, em oito diferentes cheques, R$ 112 mil entre os dias 30/10 e 11/12 daquele ano. “Corrigido pelo IGPDI, passa dos R$ 150 mil”, disse.

Na época, os deputados tinham direito a R$ 27,5 mil mensais, cumulativos, e o petista teria deixado acumular crédito utilizando tudo no final do mandato. Até o dia 30/10/06, Tadeu Veneri tinha R$ 45,5 mil acumulados em crédito. Somando com os 27,5 mil recebidos em novembro e outros 27,5 em dezembro, gastou todo o acumulado até o fim do mandato.

Stephanes insinuou que o petista teria utilizado notas frias para “embolsar” o crédito, ou, até, utilizado os recursos na campanha eleitoral daquele ano. “O deputado sempre posa de paladino da justiça. Ele tinha que ser o mais correto de todos. Ele é sempre o primeiro a denunciar a desgraça alheia, agora, vai se ver”, disse.

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Dizendo que apenas deixou acumular despesas para depois pedir o ressarcimento, dentro das regras da Casa, o deputado Tadeu Veneri pediu para que o caso chegue até o Conselho de Ética. “E lá, quem fez a acusação vai ter que provar. Ele deve ter essas notas frias e algum comprovante de que esse dinheiro foi parar na minha conta. Se não, é muita irresponsabilidade, é burrice”, provocou o petista.

Veneri classificou, ainda, como molecagem, o fato de Stephanes ter usado um período superior (41 dias) e ter aplicado um índice de correção para chegar ao número que havia denunciado anteriormente de R$ 150 mil. “Todo homem público está sujeito a sofrer denúncias e tem o dever de se explicar. É o que estou fazendo todos os dias, mas passou do limite. Agora, ele vai ter explicar essa molecagem também”, disse.

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A briga entre Stephanes e Veneri começou quando o petista afirmou que Reinhold Stephanes Jr. teria destruído um bem público, quando chutou a cancela do estacionamento da Assembléia Legislativa. O parlamentar havia se revoltado por que o assessor havia sido impedido de entrar no local. Ao se defender da acusação, Stephanes levantou a suspeita sobre as contas de Veneri.