O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse que o partido e o governo não precisam ter qualquer foco de conquistar a simpatia dos futuros relator e presidente da comissão especial que vai analisar o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. “Mais do que pretender ter a simpatia do presidente ou do relator, nós temos a expectativa de que eles vão analisar o pedido estritamente pelo que ele contempla, que é ausência de qualquer base legal, portanto não é preciso haver nenhum tipo de ‘cativar’ ou buscar simpatias”, disse o petista.
Falcão disse que o PT tem tranquilidade porque não há “lastro” de legalidade no pedido, já que na visão da legenda não houve qualquer crime com dolo da presidente no mandato atual. “Estamos seguros, tranquilos, como disse a presidenta, que o pedido de impeachment é inconsistente, sem base legal e motivado por intenções que já o maculam desde o início”, disse em crítica ao que classifica de “barganhas espúrias” do presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Gilmar Mendes
Rui Falcão rebateu as críticas de Gilmar Mendes ao partido dizendo que o ministro do Supremo Tribunal Federal não age como ministro e que tem atuação partidária. “A atuação partidária permanente dele me dispensa de fazer comentários. Ele não tem comportamento de magistrado, então não vou polemizar com ele.”
Gilmar Mendes afirmou na manhã desta sexta-feira, 4, que o PT “tentou fazer test drive de juízes do STF”, referindo-se às três ações propostas pelo partido ontem à Corte para tentar reverter a abertura de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. O PT chegou a desistir de um recurso contra o impeachment impetrado no STF que caiu nas mãos de Mendes por sorteio. “Percebi que eles estavam querendo fazer um ‘test drive’ de juízes no tribunal, para ver se o juiz para quem caía a demanda era confiável ou não segundo os critérios por eles estabelecidos”, declarou Mendes.
Reconsideração
Presente ao encontro do PT em São Paulo, o deputado Paulo Teixeira disse que ele e os outros parlamentares que apresentaram o recurso contra o procedimento de Cunha ao autorizar o processo de impeachment vão reapresentar o pedido ao mesmo Gilmar Mendes. “Vamos pedir a reconsideração da decisão para o próprio ministro Gilmar”, afirmou.