Morreu ontem, aos 89 anos, o presidente de honra do PCB do Paraná e artista plástico, Espedito Rocha. Ele estava internado no Centro Médico Nossa Saúde e sofria de um câncer que foi diagnosticado recentemente.
O corpo de Espedito está sendo velado na Assembleia Legislativa do Paraná e será cremado no Crematório Pinhais às 11h de hoje. O ex-dirigente partidário iniciou sua militância no Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1938, ainda em Pernambuco, e chegou ao Paraná no início dos anos 50, inicialmente trabalhando na colonização do norte do estado.
Em seguida mudou-se para Curitiba para trabalhar na construção do Centro Cívico e iniciar a atividade sindical. Foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas de Curitiba e também foi eleito primeiro suplente de vereador em Curitiba pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), já que naquela época o PCB era clandestino.
Após o golpe militar de 1964, Espedito teve seus direitos políticos cassados e permaneceu na clandestinidade. Na época ele manteve uma fazenda no Mato Grosso que servia de abrigo para resistentes da ditadura e acumulava recursos para atividade do PCB.
Para se manter oculto, passou a utilizar o nome Tiburcio Melo. Ao ser revelado sua atividade, chegou a ser preso e torturado, atingindo o peso de 38 quilos. Auxiliado por amigos, fugiu e se recuperou, mudando novamente o nome para Tadeu Melo.
No período em que se escondeu, Espedito desenvolveu sua carreira de artista plástico, como escultor. Atividade da qual se dedicou até os últimos dias de sua vida.
Com o fim do período militar, o líder político retornou a Curitiba onde refundou o PCB, permanecendo presidente até meados dos anos 90. No início da década de 80, articulou o apoio do PCB paranaense à candidatura do então peemedebista José Richa ao governo do estado.
O senador Alvaro Dias (PSDB) e o deputado federal eleito Rubens Bueno, presidente do PPS do Paraná foram os primeiros a se manifestarem sobre a morte de Espedito.
“Ele teve uma história de vida muito bonita. Se dedicou inteiramente à sua crença política. É um nome muito importante na história do nosso partido”, disse Bueno. “O mundo das artes plásticas perdeu um artista plástico brasileiro do maior valor e uma figura humana exemplar”, disse Alvaro, que apresentou voto de pesar no Senado.
No requerimento, o senador lembra a origem e a trajetória de Espedito Rocha que, autodidata, percebeu o talento na infância enquanto ajudava a família no preparo da farinha de mandioca e começou a esculpir figuras. Expedito deixa sete filhos, treze netos e dois bisnetos.