A candidata à Prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina (PSOL), ironizou nesta quinta-feira, 28, em entrevista para a TV Estadão, as propostas de privatização do seu rival João Doria (PSDB). “A cidade não é uma empresa. Eu me pergunto se ele vai querer privatizar também a cadeira de prefeito”, comentou.

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Erundina disse que é contrária à privatização do autódromo de Interlagos, que inclusive foi revitalizado na sua gestão, conseguindo trazer de volta ao Brasil o grande prêmio de Fórmula 1. Ela também se disse contra a venda do Sambódromo. “Eu acredito na capacidade do Estado de administrar o patrimônio público. Não se pode colocar tudo na mão da iniciativa privada, porque o lucro nem sempre se compatibiliza com o interesse público”, afirmou.

A candidata disse defender uma auditoria da dívida pública, “que exaure a economia de São Paulo”. Ela lembrou que o atual prefeito, Fernando Haddad (PT), também candidato à Prefeitura paulistana, conseguiu renegociar a dívida com a União, mas disse que isso não é suficiente. “Essa dívida consome tudo o que o cidadão produz. Não é justo pagá-la da forma como os credores querem”.

Erundina afirmou que vai manter e aprimorar projetos de mobilidade da gestão Haddad, como as ciclovias e corredores de ônibus, mas comentou que é preciso integrá-los com outros modais. Ela também defende reduzir ou mesmo eliminar as tarifas de ônibus para a população carente. “Por mais mérito que as ciclovias tenham, é muito pouco para ser a marca de uma gestão de uma cidade do porte de São Paulo”, comentou.

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Questionada sobre a falta de apoio de outros partidos à sua candidatura e como faria para governar caso vencesse, Erundina lembrou que na sua gestão anterior conseguiu governabilidade mesmo não tendo maioria na Câmara. “Eu consegui governabilidade graças ao apoio popular, que inclusive pressionou os vereadores e não deixou a Câmara me caçar. Se você tem maioria no Legislativo, ótimo. Se não tem, é preciso apoio popular”. A ex-prefeita disse que é muito criteriosa na formação de alianças políticas e afirmou que atualmente o PSOL é a única alternativa verdadeiramente de esquerda no País.

Erundina disse que São Paulo poderia ampliar suas receitas com combate à corrupção e também cobrando mais fortemente a dívida ativa. “São Paulo tem uma dívida ativa enorme e não são pequenos contribuintes, são empresas, entidades que se apropriaram indevidamente do dinheiro público”.

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Quando solicitada a fazer uma avaliação da gestão Haddad, de quem quase foi companheira de chapa, Erundina disse que a população não parece muito contente. “A população se queixa muito de transporte, a periferia se sente abandonada, a qualidade dos serviços de saúde é um horror”.