A uma semana do 5.º Congresso Nacional do PT, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, disse nesta quarta-feira, 3, no Rio que o “erro mestre” do partido foi não ter feito a reforma política em 2003, no início do primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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“O homem não é mais forte do que a máquina e a máquina de fazer política no Brasil está viciada. Na minha opinião, esse é o erro mestre, causador de outros, porque na medida em que não se mudou a forma de fazer política, alguns dos nossos foram moídos pela máquina de fazer política”, disse o ministro e ex-governador da Bahia. O encontro do PT será em Salvador a partir do dia 11.

Wagner atribuiu a decisão em 2003 a um “arroubo de achar que a gente era mais forte do que tudo”, mas disse não se envergonhar da trajetória do PT. “Nosso erro, por isso não me envergonho e continuo na caminhada, foi não ter mudado a matriz do exercício da política no Brasil. Acabou que muita gente sucumbiu.” Ele afirmou que “erros” precisam ser assumidos e reconheceu que a crise atual é a maior da história do PT. “Será um congresso ímpar por esse momento, sem dúvida nenhuma o de maior questionamento nos 35 anos do partido, mas prefiro usar o ditado oriental, de que a crise não é um fim em si mesmo, ela é uma oportunidade.”

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O ministro disse que continua se orgulhando dos governos petistas por considerar que “o saldo é extremamente positivo para a democracia, a economia e o avanço brasileiro”. Ao comentar a pressão de setores do PT por resolução em Salvador que cobre mudanças na política econômica do governo Dilma Rousseff, Wagner disse que o congresso será momento de reflexão para apontar caminhos e que o partido “tem de fazer a crítica que quiser, até porque economia não é ciência exata”. Mas que considera “ingenuidade” a proposta de radicalização contra o governo no documento final, já criticada pelo presidente do PT, Rui Falcão.

Sobre a nova ofensiva dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), com o projeto que dá poder ao Congresso para sabatinar indicados pelo governo para presidir empresas e bancos públicos, o ministro disse que “não é isso que vai resolver”. “Pessoalmente acho, até em função do que a gente fez, que o melhor que teríamos a fazer é instituir em instituições como Petrobras e Banco do Brasil o que as empresas de porte fazem hoje. Não se trata de quem indica, mas da metodologia de escolha. Podia se fazer um processo interno de seleção.”

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Wagner participou das cerimônias de formatura de sargentos e de oficiais da Marinha. Ao mencionar sua gestão na Bahia, citou Deus: “Tenho a cabeça erguida. Na Bahia, a gente está muito bem, a trajetória é muito positiva. Graças a Deus nada dessas questões aconteceram, que seguramente são um obstáculo na nossa caminhada.”