Morreu ontem à noite em São Paulo o coronel reformado do Exército Antonio Erasmo Dias, aos 85 anos, vítima de complicações decorrentes de um câncer. O corpo foi velado no salão nobre da Assembleia Legislativa, no Ibirapuera, e será sepultado hoje no cemitério do Paquetá, em Santos, no litoral do Estado. Erasmo Dias ficou famoso por sua atuação nos anos de chumbo, marcada pelo combate sem tréguas aos opositores do regime militar. Ele deixa seis filhas.

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A missão mais polêmica de Erasmo Dias foi o cerco ao câmpus da Pontifícia Universidade Católica (PUC) em 22 de setembro de 1977, ocasião em que prendeu 900 estudantes e os levou para o quartel da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e para o Dops, a polícia política. Naquela noite a tropa de choque explodiu bombas incendiárias contra manifestantes que pretendiam refundar a União Nacional dos Estudantes (UNE).

Nascido em Paraguaçu Paulista em 2 de junho de 1924, o coronel era formado e licenciado em História pela Universidade de São Paulo (USP) e bacharel em Direito. Ficou no Exército, de que tanto se orgulhava, por 35 anos. Em março de 1974, no governo Emílio Garrastazu Médici, recebeu a incumbência de dirigir a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o que fez com mão de ferro – Paulo Egydio Martins governava São Paulo.

Erasmo ficou no poder durante cinco anos, até março de 1979, período em que protagonizou ações controversas. Acusado de arbitrário e truculento, frequentemente dizia a seus interlocutores que agia amparado no sistema legal vigente. Negou violências até o fim da vida, mesmo quando as evidências eram tantas, como na invasão da PUC. “A uma ação corresponde uma reação”, justificava.

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Foi fundador da Arena e elegeu-se deputado federal, pela primeira vez, quando deixou a Segurança Pública. Depois no PP (Partido Progressista), foi deputado estadual e vereador pela cidade de São Paulo. Abandonou a política em 2004, alegando desgosto com o Legislativo.