No dia 4 de março, os corredores e salões do Senado Federal foram palco de uma cena inusitada: aos gritos e enroscados em faixas e cartazes, cerca de 200 funcionários levaram às lágrimas um servidor demissionário com um coro: “Volta Agaciel”. O foco da manifestação era o diretor-geral Agaciel Maia, 51 anos, 32 deles trabalhando no Senado.

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Passados 14 anos no comando da direção-geral, ele transformou a Casa em uma máquina de multiplicar cargos. Foi por isso que saiu aclamado por 104 chefes de serviço, subsecretários e coordenadores que agraciou com status de diretor, aumento salarial e vaga na garagem do prédio.

As diretorias de fachada criadas por Agaciel foram o estopim de um escândalo que começa a traduzir em números o inchaço concebido com o consentimento dos senadores que presidiram o Congresso nos últimos anos, especialmente a partir do segundo mandato do atual presidente José Sarney (PMDB-AP), no início de 2003.

Antigos dirigentes da Casa atestam que poderes da primeira-secretaria foram absorvidos pela diretoria-geral e que teria começado aí a “era Agaciel”, traduzida por estes números: 9.400 funcionários, sendo 1.700 efetivos, 1.300 inativos, 3.400 terceirizados e outros 3.000 comissionados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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