Equipe de transição adia concurso para professor

Foi adiado o concurso público para a contratação de professores para a rede estadual de ensino que seria realizado no próximo domingo.

Segundo o secretário estadual de Administração, Ricardo Smijtink, a decisão foi tomada atendendo ao pedido pessoal do governador eleito, Roberto Requião, para o governador Jaime Lerner. Requião não concorda com alguns itens do edital. Smijtink explica que a medida foi tomada para que o processo de transição ocorra de modo tranqüilo.

A decisão foi divulgada ontem durante a primeira reunião da comissão de transição formada por secretários do atual governo, com a equipe indicada por Roberto Requião, que é coordenada pelo vice-governador eleito, Orlando Pessuti.

Pessuti afirma que a idéia agora é se reunir com a APP-Sindicato e os futuros secretários da educação, fazenda e administração para estudar as alterações.

Os professores querem que o número de vagas do concurso seja ampliado. No edital estavam sendo oferecidas cerca de 13 mil vagas, mas eles querem 32 mil contemplando também os pedagogos. O presidente da APP-Sindicato, José Lemos, explica que seriam necessárias 20 mil novos postos só para atender os celetistas, mais 7 mil para cobrir a hora atividade que no próximo ano sobe de 10 para 20%, e mais cinco mil para pedagogos.

O salário também é outro ponto que será discutido. Segundo Pessuti a idéia é contar o tempo de experiência de cada professor na prova de títulos e também na hora de realizar o enquadramento. Se o concurso fosse realizado como está hoje, alguns docentes teriam seus salários reduzidos ao de um iniciante, R$ 385,00.

A comissão ainda não definiu a data do novo concurso, mas estima que pode ocorrer no final de janeiro. Pessuti avalia que não haverá problema com falta de professores para começar o ano letivo de 2003, já que o contrato com o celetistas pode ser prorrogado pelo tempo necessário.

Pessuti faz reivindicações

Durante a mesma reunião da comissão de transição, o deputado Orlando Pessuti entregou ao secretário Ingo Hurbert uma série de solicitações, para que a equipe técnica do PMDB possa avaliar a situação financeira do Estado e a partir delas sugerir mudanças no orçamento do próximo ano a ser votado pela Assembléia Legislativa. A preocupação central dos técnicos do PMDB é quanto à capacidade financeira do Estado em cumprir os compromissos como dívida interna e externa, capacidade de endividamento do Estado, contratos e convênios que terão reflexos no próximo governo.

O secretário da Fazenda, Ingo Hubert, apresentou o balanço financeiro que havia mostrado em setembro na Assembléia Legislativa. A dívida fundada está em cerca de R$ 14,4 bilhões (parte dela sujeita ao dolar). Deste total, R$ 6,4 bilhões são com a União. O limite de endividamento do Estado é de 13,7% da receita líquida. Hoje, o débito correspondente a 10,3% da receita. Além dessa dívida, há um estoque de precatórios de, aproximadamente, R$ 2,9 bilhões. Um deles é a empreiteira C.R. Almeida, é de R$ 21 bilhões.

O vice-governador eleito disse que a equipe se aprofundará nos documentos entregues pelo governo. “Informações que chegaram a nós dão conta de que o estado tem endividamento superior a R$ 15 bilhões”, disse.

Governo combate miséria

Durante reunião com a bancada de deputados federais do Paraná, ontem em Brasília, o governador eleito, senador Roberto Requião (PMDB), reafirmou seu compromisso de campanha de combater a miséria e implantar um programa de geração de empregos no Estado.

Requião pediu aos deputados federais do Paraná que, ao apresentarem emendas ao Orçamento da União, dediquem especial atenção ao programa “Paraná Sem Fome”, além de dar preferência também aos projetos para geração de empregos.

Requião vai seguir o exemplo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e adotar medidas emergenciais para combater a fome e a miséria no Paraná.

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