Entidades lançam plebiscito sobre Alca

A participação do Brasil na Área de Livre Comércio das Américas (Alca) será tema de um plebiscito popular de 1.º a 7 de setembro. Ontem na Boca Maldita, em Curitiba, o Movimento Nacional Contra a Alca lançou oficialmente o plebiscito com um ato público. O movimento, que é formado pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimentos dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e vários sindicatos de classe entre outros, não conta dessa vez com um dos ícones da oposição no Brasil. O Partido dos Trabalhadores (PT) não está participando do plebiscito.

A expectativa é que 20 milhões de pessoas votem em todo País. No Paraná cerca de 500 mil. Somente em Curitiba, 150 mil pessoas com mais de 16 anos devem opinar sobre o assunto. As urnas serão colocadas em paróquias, sindicatos e na própria Rua XV de Novembro serão armadas barracas onde será possível votar. Para participar do plebiscito basta apresentar a cédula de identidade.

A cédula de votação é composta por três perguntas com respostas objetivas, sim ou não. São elas: O governo brasileiro deve assinar o tratado da Alca?; O governo brasileiro deve continuar participando das negociações da Alca? e O governo brasileiro deve entregar uma parte de nosso território – a Base de Alcântara – para controle militar dos Estados Unidos?

Um dos coordenadores do movimento no Paraná, César Sanson, explicou que a postura do movimento é totalmente contra a Alca, pregando como alternativa um fortalecimento do Mercosul. “Somos contra. Queremos que o Brasil nem discuta o tratado”, posicionou-se.

“Decisão é de FHC”, diz Jayme Chemello

Brasília

(AE) – O presidente da CNBB, dom Jayme Chemello, disse que caberá ao sucessor do presidente Fernando Henrique decidir se o resultado da pesquisa popular sobre a Alca deve ou não servir de parâmetro para uma futura decisão do governo. “A preocupação é que haja justiça na criação da Alca. Nós não queremos ser asfixiados pelos Estados Unidos. A preocupação é que a situação não fique pior (para os países mais pobres) do que já está”, afirmou Chemello.

O vice-presidente da CNBB, dom Marcelo Carvalheira, acrescentou: “Nós estamos do lado dos empobrecidos, pois não podemos esquecer que há 12 milhões de pessoas que passam fome no Brasil”. Alca, estamos do lado dos países sacrificados”. Na cédula do plebiscito, o eleitor poderá opinar sobre a questão da Alca e a criação da Base de Alcântara, no Maranhão – atualmente, o Congresso avalia uma proposta do governo que sugere o aluguel de uma área que seria utilizada pelos Estados Unidos para o lançamento de foguetes.

No cabeçalho da cédula, o votante será orientado a escolher uma das três opções: o governo brasileiro deve assinar o tratado da Alca? O governo brasileiro deve continuar com as negociações da Alca? O governo brasileiro deve entregar parte do nosso território, a Base de Alcântara, para os Estados Unidos?

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