A véspera da eleição no Rio Grande do Norte mostrou um duplo cenário. Nas ruas de Natal, principal colégio eleitoral do Estado, os canteiros foram ocupados por militantes dos partidos políticos empunhando bandeiras e distribuindo panfletos dos candidatos. Logo ao lado, passava a carreata do “Voto Limpo”, que alertava o eleitor para não vender ou trocar o voto.

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O movimento de estimular um voto livre é desenvolvido pelo Comitê 9840, integrado pelo Ministério Público Estadual, Ordem dos Advogados do Brasil, Ministério Público Federal e diversas entidades não governamentais. Durante todo pleito de 2010 o Comitê realizou reuniões, fez uma mobilização através da imprensa e incentivou os eleitores a denunciarem a prática da compra de voto.

Hoje ocorreu o ponto alto do Comitê 9840. Para as ruas de Natal foram promotores, advogados, religiosos, todos vestindo branco e ao invés dos adesivos de candidatos, nos carros estavam os adesivos pregando o “Voto Limpo”. “Você eleitor, se chegar um político na sua casa querendo comprar o seu voto, oferecendo dinheiro ou outra moeda, expulse da sua casa. Comprar voto é crime”, destacou o promotor Augusto Flávio Azevedo, coordenador do movimento.

Ele destacou que o eleitor potiguar passa por um processo de amadurecimento, mas admitiu que a participação da população com as denúncias ainda foi menor do que a esperada. Augusto Flávio confirmou que esse é um jogo “desigual” onde de um lado as entidades conscientizam para o voto livre, mas do outro chegam os candidatos oferecendo dinheiro por esse mesmo voto.

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O Comitê 9840 já atua no Rio Grande do Norte há diversas eleições.

Para Augusto Flávio Azevedo uma das grandes respostas do eleitorado ocorreu no pleito de 2008 quando muitos vereadores denunciados na Operação Impacto, uma ação criminal onde parlamentares de Natal são réus acusados de serem corrompidos por empresários para votarem em projetos do Plano Diretor, não conseguiram se reeleger.

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