O jornalista uruguaio Claudio Paolillo, presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), considerou uma medida desproporcional a prisão da correspondente do Estado em Washington, Claudia Trevisan, ocorrida na quinta-feira passada, dia 26, na Universidade Yale, nos Estados Unidos. Em nota divulgada nesta terça-feira, 1º, Paolillo expressou seu repúdio “à atitude desproporcionada de vigilância e segurança na universidade, o que impediu o trabalho jornalístico”.

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Claudia foi detida quando aguardava a saída do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que participava de uma conferência na Faculdade de Direito de Yale. A jornalista foi algemada e mantida incomunicável, por quase 5 horas, em um carro policial e em uma cela do departamento de polícia da universidade.

A liberação de Claudia ocorreu após ela ter sido autuada por “invasão de propriedade”. Na ocasião, o secretário de imprensa da instituição, Tom Conroy, afirmou em nota que a jornalista entrou “sem permissão” no local e a polícia “seguiu procedimentos legais”. Segundo ele, “a universidade não planeja acionar a promotoria local para levar adiante a acusação”.

Claudia afirmou que “não entrou escondido nem forçou a entrada” no prédio do campus e foi abordada de maneira inapropriada por um policial. Ela relatou ter trocado e-mails com a assessoria de imprensa da Faculdade de Direito, que avisou que o evento seria fechado. A jornalista também havia entrado em contato por telefone com Barbosa, solicitando a entrevista, que disse que não estava disposto a falar com a imprensa. Ela, então, informou ao presidente do STF que o abordaria do lado de fora.

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Sobre o caso, Paolillo disse ainda que “os obstáculos ao livre fluxo informativo e à mobilização dos jornalistas são restrições graves à liberdade de imprensa”. A SIP já havia se manifestado sobre o ocorrido na sexta-feira, em nota assinada por seu diretor executivo, Julio Muñoz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.