O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou nesta terça-feira, 15, que líderes de partidos da base aliada apresentaram disposição em aprovar o pacote de medidas econômicas anunciado nesta segunda-feira pelo governo. O deputado disse que o entendimento foi demonstrado pelos parlamentares em reunião com a presidente Dilma nesta terça-feira, apesar de divergências pontuais.
De acordo com Guimarães, líderes avaliaram que o projeto que recria a Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF) é o de maior dificuldade na tramitação. “Quando você diz que uma matéria tem maior dificuldade, não significa que você esteja contrário à medida. Foi isso que muitos líderes manifestaram”, afirmou.
Segundo o deputado, independentemente de divergências, o entendimento é de dialogar e aprovar as medidas. No encontro, a presidente recebeu um manifesto assinado por aliados em defesa de seu mandato. Uma nova reunião dos representantes da base aliada com Dilma está marcada para quinta-feira, 17.
O líder afirmou ainda que governadores estaduais devem procurar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e outras lideranças para debater as medidas de ajuste fiscal. Na noite de ontem, em jantar com Dilma, governadores receberam a sugestão de que trabalhem para que o Congresso aprove uma alíquota de 0,38% para a CPMF, e não 0,20%. A alíquota maior prevê uma divisão das receitas entre União, Estados e municípios.
Reunião com Bendine
O deputado informou também que líderes de partidos aliados na Câmara vão se reunir nos próximos dias com o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine.
Ainda não há data definida para o encontro, mas Guimarães afirmou que deve ser ainda nesta semana ou no início da semana que vem. Segundo ele, a proposta é que sejam discutidos temas relativos ao plano de negócios da estatal e ao pré-sal, mas outros assuntos, como um projeto que muda o modelo de exploração, devem ser tratados.
Na última semana, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que um pedido de urgência pode ser apresentado para agilizar a tramitação do texto que altera o regime de partilha, em que a empresa arca com os custos de produção e divide o resultado com o Estado, para o regime de concessão, em que a companhia paga uma compensação à União pela exploração do petróleo.