Encontro entre Lula e Mercadante indica permanência do titular da Casa Civil

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na manhã desta sexta-feira com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, para tratar da reforma administrativa do governo, que será feita nos próximos dias.

PT e PMDB pressionam a presidente Dilma Rousseff a substituir Mercadante na Casa Civil. Até agora, porém, Dilma resiste a tirar Mercadante e avisou que não cederá às pressões. O nome da ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB), chegou a ser cogitado para a pasta, mas ela não tem apoio integral do PMDB. Lula também disse, ontem, que não aprovaria a troca. Na sua opinião, o mais indicado para substituir Mercadante seria o petista Jaques Wagner, titular da Defesa. O encontro de Lula com Mercadante é visto como um sinal de que o ministro permanece no cargo.

Ontem, na primeira conversa Dilma após a divulgação do pacote fiscal, Lula da Silva pediu a ela que faça uma reforma ministerial mais ampla, para garantir sustentação política no Congresso e evitar o processo de impeachment. Lula disse a Dilma que ela precisa aumentar o espaço dos aliados fiéis e diminuir os cargos dos traidores, porque somente assim conseguirá aprovar o ajuste e barrar iniciativas para afastá-la do Planalto.

Na lista dos partidos que comandam ministérios e votaram contra medidas propostas pela equipe econômica na primeira fase do ajuste estão o PR, que controla os Transportes; o PDT, no Trabalho; e o PRB, no Esporte. A avaliação é de que tudo tem de ser feito para impedir que um pedido de impeachment seja aceito na Câmara comandada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ) porque, se isso ocorrer, será muito difícil deter sua tramitação com a pressão das ruas.

Apesar de defender mudanças na política econômica e achar que Dilma deveria ter adotado outro caminho para reequilibrar o Orçamento, Lula disse que é necessário “pôr no Ministério quem ajuda o governo no Congresso” para aprovar o quanto antes o pacote fiscal, mesmo se houver recuos estratégicos, como um prazo menor de vigência da CPMF.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna