Vargas: acordos no interior não dependem de Curitiba. |
Prefeitos, secretários, deputados federais e estaduais, vereadores e lideranças do PT do Paraná participam hoje e amanhã em Curitiba de uma reunião do diretório estadual convocada para discutir o calendário da disputa eleitoral do próximo ano, as filiações e os acordos que o partido fará em 2004. O presidente do diretório regional do partido, deputado estadual André Vargas, disse que o PT do Paraná vai construir suas coligações observando a orientação nacional que recomenda alianças com os partidos da base de apoio ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que além do PMDB e PDT, inclui o PPS, PL e PTB.
“Nós vamos reproduzir no Paraná esse mesmo leque de alianças”, afirmou o presidente do partido. Vargas acha que pode haver conflitos localizados no Paraná em relação ao PMDB e PDT, já que regionalmente os dois partidos são quase adversários, em função da herança do segundo turno da eleição para o governo no ano passado disputado pelas duas siglas. Mas cada cidade – sobretudo os maiores colégios eleitorais – terá autonomia para decidir a melhor composição, afirmou.
Nas nove cidades administradas pelo partido no Estado, a disposição é a reeleição dos atuais prefeitos e lançamento de candidatos próprios. Sobre Curitiba, o dirigente petista afirmou que já há um consenso de que a aliança é com o PMDB e que o partido do governador Roberto Requião venha a apoiar a candidatura do PT. “Essa é a expectativa do partido se o nosso candidato for o Vanhoni (deputado estadual Angelo Vanhoni). Ele tem a imagem pessoal vinculada ao governo e nós não vemos dificuldades neste acordo”, afirmou Vargas, referindo-se à função de líder do governo na Assembléia Legislativa, desempenhada por Vanhoni.
Para o presidente do PT, outro ponto já definido no partido é que o acordo em Curitiba não deve influenciar na composição com o PMDB em outras cidades.
Governo
“O que nós já temos como certo é que não pode haver troca, no sentido de abrirmos mão de algumas candidatura em outra cidade para que o PMDB nos apóie em Curitiba”, disse.
Tensão
Na pauta do encontro, está ainda uma análise dos governos estadual e federal. Vargas, que causou polêmica no penúltima reunião estadual do partido ao apresentar um texto com críticas ao governador Roberto Requião, disse que sua avaliação não mudou muito e vê com preocupação os desdobramentos que a relação entre os dois partidos no governo possam ter na disputa eleitoral do próximo ano.
Para o deputado, episódios recentes como uma auditoria realizada no Sercomtel (Serviço de Telecomunicações de Londrina) a pedido de Requião sem aviso prévio ao prefeito Nedson Micheleti (PT) azedam as relações do PT com o PMDB.
Juventude do PMDB promove encontro
O governador Roberto Requião e o vice-governador Orlando Pessuti participam hoje do encontro da juventude do PMDB, que será realizado em Francisco Beltrão. Os peemedebistas vão eleger o diretório estadual da Juventude do partido. Nos últimos meses, o PMDB montou núcleos da juventude em 280 cidades. Em muitos destes novos diretórios, estão potenciais candidatos às eleições municipais do próximo ano e também quadros que podem estar prontos para a disputa de 2006, disse o presidente estadual do partido, deputado federal Gustavo Fruet.
No encontro, o governador deverá voltar a defender a reedição da aliança que o elegeu no segundo turno da campanha do ano passado, com o PT, PPS e PL. “O governador tem repetido isto em todas as oportunidades. Na medida do possível, nós vamos trabalhar com as coligações que fizemos no segundo turno. Mas onde não for possível, podemos estabelecer uma relação de respeito”, afirmou Fruet.
Para o presidente estadual do partido, a reprodução do acordo eleitoral do ano passado pode esbarrar em algumas cidades nas peculiaridades de uma disputa municipal. “Uma eleição estadual é diferente de uma eleição municipal, assim como de uma disputa nacional. São realidades distintas e não acho que deva haver engessamento”, disse.
Gustavo informou que em conversa durante a semana passada em Brasília com o presidente nacional do partido, deputado federal Michel Temer, e o líder do PMDB na Câmara, Eunício Oliveira, houve um consenso de que o partido não pode ter constrangimentos em não fechar alianças e lançar candidaturas próprias nas cidades onde os acordos se mostrarem prejudiciais ao partido.
Balanço
Ainda no encontro em Francisco Beltrão, Requião fará um balanço dos seus primeiros oito meses de governo. De acordo com a assessoria do governador, ele irá mostrar o quanto já executou das promessas que fez durante a campanha eleitoral do ano passado.