A campanha presidencial da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, vai aproveitar os estragos provocados pelas chuvas em São Paulo para tentar desconstruir a imagem de bom administrador do governador José Serra, pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto.
No governo e na cúpula do PT, a convicção é de que o grande embate entre Dilma e Serra será em torno da capacidade de dirigir o País. A ideia dos petistas é usar o lançamento da segunda edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em março, para apresentar o projeto de combate às enchentes e, a partir daí, chamar Serra para a briga nessa seara.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está convencido de que o PSDB fará de tudo para colar em Dilma o carimbo de candidata sem experiência administrativa e, em seu governo, a pecha de patrocinador da “gastança” e do inchaço da máquina pública.
A contraofensiva, porém, já está em curso: na Esplanada, a área econômica começou a levantar números e a produzir estudos para provar que a maior despesa dos dois mandatos de Lula tem sido com o pagamento de benefícios sociais, como os destinados ao Bolsa-Família, às aposentadorias e ao seguro-desemprego.
É na outra frente de batalha – o debate sobre a capacidade de administrar – que o PAC entrará em cena. Embora apenas um terço da verba destinada ao primeiro programa tenha sido executada, o governo lançará o PAC 2 com a promessa de contribuir para a solução das enchentes. Detalhe: a vigência do PAC 2 é de 2011 a 2015.